Passeata ocupa o centro de São José dos Campos
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Data foi dia de reivindicações e denúnciasO ato político pelo Dia Internacional do Trabalhador, ocorrido neste sábado, 1º de maio, em São José dos Campos, terminou com uma grande passeata pelas ruas centrais da cidade. A manifestação, organizada pela Conlutas, Sindicato dos Metalúrgicos e outras entidades sindicais e populares, reuniu cerca de 500 pessoas na Praça Pedro Pinto da Cunha, no Jardim Paulista, e prosseguiu até a Praça Afonso Pena. O evento começou às 10h e terminou às 12h15.

Ao contrário dos grandes showmícios organizados pelas centrais sindicais governistas, o ato da Conlutas foi uma manifestação pela retomada do sentido original do 1º de Maio – uma data de luta da classe trabalhadora.

“O Dia do Trabalhador não pode ser um dia de comemoração, de festas financiadas pelas grandes empresas que exploram os operários. Esta é uma data de mobilização para unir os trabalhadores de todo o mundo contra os ataques patronais e do governo”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Vivaldo Moreira Araújo.

O secretário-geral do Sindicato e membro da coordenação nacional da Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, reafirmou a necessidade de os trabalhadores repudiarem a mensagem defendida por governo e patrões de que o 1º de Maio deve ser um dia de confraternização. “É justamente o inverso. Esse é um dia de levantar bandeiras, de mostrar nossas reivindicações”, disse.

As entidades participantes lembraram a origem do 1º de Maio, quando em 1886, milhares de trabalhadores saíram às ruas de Chicago, Estados Unidos, para protestar por melhores condições de trabalho e pela redução da jornada para 8 horas diárias. O protesto culminou com uma grande greve geral, que foi violentamente reprimida com prisões e assassinatos de dirigentes sindicais.

“Este não é um dia de festa. É um dia de luta. Não temos motivos para comemorar. Vivemos em situação de desemprego, saúde de péssima qualidade e falta de moradia”, afirmou Sergio Henrique Pires, membro do MUST e morador do Pinheirinho.

“Se hoje estamos mais próximos da regularização do Pinheirinho, não é por causa de negociações, mas por causa da luta e da garra dos moradores”.

Reivindicações
Durante as manifestações, a Conlutas e Sindicato dos Metalúrgicos reafirmaram suas bandeiras, como a redução da jornada sem redução de salário e sem banco de horas, combate à flexibilização de direitos, em defesa dos aposentados (pelo mesmo reajuste do salário mínimo aos aposentados e fim do Fator Previdenciário), contra a criminalização dos movimentos sociais e pela retirada das tropas do Haiti.

Mancha fez um chamado para a manifestação dos aposentados que ocorrerá na próxima terça-feira, dia 4, em Brasília. “Esse governo que deu R$ 370 bilhões para as empresas, agora não quer dar um tostão para os aposentados. Essa discussão está no Congresso e o governo quer dar merrecas para os aposentados, dizendo que não tem dinheiro. Se não faltou dinheiro para os bancos, para a GM, não pode faltar dinheiro para a aposentadoria”, afirmou.

O diretor do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos, Júlio César Araújo, defendeu a redução da jornada sem redução de salário. “Esse deve ser um dia de lutar por uma jornada menor e para que todos tenham direito a uma distribuição de renda igualitária. O 1º de maio é uma data para denunciar, uma data de luta de todos nós”.

O Movimento Mulheres em Lutas da CONLUTAS também levou suas bandeiras ao ato, exigindo creche de qualidade para todos, ampliação da licença-maternidade para 6 meses e combate ao machismo no local de trabalho.

Congresso da Classe Trabalhadora
No Dia Internacional do Trabalhador, as entidades sindicais presentes no ato fizeram um grande chamado para o Congresso de unificação e organização da Conlutas e Intersindical, marcado para junho.

“Estamos diante do desafio de avançar na reorganização do movimento sindical e popular para defender os trabalhadores. Faremos isso com a unidade com a Intersindical e outras entidades, para construir uma central democrática, combativa e que reúna trabalhadores e setores explorados, como os movimentos sociais, contra as opressões e estudantil”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, Vivaldo Moreira.

“Chamamos todos os trabalhadores para o Congresso. Temos de construir uma nova central, democrática, de luta”, afirmou o secretário geral do Sindicato dos Químicos, filiado à Conlutas, Wellington Luiz Cabral.

O presidente regional do PSTU, Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, também chamou a atenção para as eleições 2010 e apresentou a pré-candidatura de Zé Maria de Almeida à Presidência da República.

“Não podemos deixar que nessas eleições predomine a falsa polarização entre dois candidatos (referindo-se ao PT e PSDB), que são exatamente iguais. Defendemos, sim, um programa social que represente a classe trabalhadora”, concluiu.

Além das manifestações políticas, houve também a apresentação de dança do grupo Cultura Break Attack e leitura de poemas de Solano Trindade.

Após o ato no Jardim Paulista, os manifestantes seguiram em passeata pela Avenida Pedro Álvares Cabral, Viaduto Raquel Marcondes, Rua Antonio Saes, terminando por volta das 12h15, na Praça Afonso Pena.

Também participaram do ato os sindicatos dos Químicos, Servidores Municipais de Jacareí, Alimentação, Correios, Admap, Oposição Alternativa da Apeoesp, Oposição dos Condutores do Vale do Paraíba, Correios, Oposição dos Servidores Municipais de São José dos Campos, MUST, Ação Eco Socialista e Movimento Mulheres em Luta.