A Plenária Nacional dos Servidores Federais no dia 14 de junho decidiu deflagar dia 8 de julho a greve nacional por tempo indeterminado. Com 336 delegados representando 800 mil servidores, esta foi uma das maiores e mais radicalizadas plenáriasA data de julho foi escolhida devido à decisão do governo de convocar extraordinariamente o Congresso Nacional para acelerar a reforma, reduzindo o recesso de 30 de junho a 10 de julho.

A principal polêmica, entretanto, foi sobre a apresentação ou não de emendas ao Projeto de Emenda Constitucional 40.

A imensa maioria dos delegados e entidades do funcionalismo se posicionaram contra as emendas. Votaram ir à greve contra a reforma da Previdência e pela retirada da PEC 40.

CUT foi vaiada de novo

A representante da CUT nacional, Denize, militante da CNTSS e da Articulação Sindical, na apresentação do informe do Concut, foi vaiada intensamente pelo conjunto da plenária dos SPFs, principalmente quando tentou fazer a defesa das emendas à PEC 40.

Ela teve a fala interrompida várias vezes pelo plenário que, de pé, gritava “Sou de luta, sou radical, essa reforma é do Banco Mundial”.

Pela retirada da PEC 40

A plenária definiu como eixo de luta a exigência de retirada da PEC 40, rejeitando a proposta da Central Única dos Trabalhadores de apresentar alterações à PEC. A deliberação demarca claramente a divergência com a maioria da CUT. A concepção de reforma da Previdência adotada no último Concut que, a pretexto de “ampliar direitos”, cede à lógica da privatização da Previdência foi a grande derrotada na plenária dos servidores.

O entendimento das entidades é que o projeto do governo não é uma “reforma” da Previdência, mas uma supressão de direitos dos servidores, conquistados em anos de luta.

Preparando a greve

No dia 26 de junho, os servidores realizam um Dia Nacional de Luta, com manifestações nos estados e paralisações. Os fiscais da Receita Federal, por exemplo, irão parar nos dias 25 e 26 e se somarão aos atos do dia 26.
As universidades federais realizaram assembléias de base na maioria dos campi e votaram a greve.

A construção da greve pela base, a unificação das três esferas do funcionalismo na luta e uma forte campanha junto à população contra a reforma e pelo apoio à greve deve ser o centro de atividade do movimento sindical, popular e estudantil.


CALENDÁRIO DE LUTA

  • 26 de junho
    Ato unificado nos Estados contra a reforma

  • 04 de julho
    Plenárias Setoriais (Entidades Nacionais)

  • 05 de julho
    Plenária dos SPF´s;

  • 08 de julho
    DEFLAGRAÇÃO DA GREVE

    Post author Rogério Marzola,
    diretor da Fasubra
    Publication Date