O dia 30 de março foi marcado por diversas manifestações em Belo HorizontePela manhã, professores da rede municipal fizeram uma manifestação em frente à Secretaria de Administração da Prefeitura, exigindo abertura de negociações com o Sindrede, sindicato da categoria filiado à Conlutas, que está em campanha salarial. O ato contou com a presença de muitos representantes de escola das principais unidades de BH.

Às 15h, aconteceu o ato unificado entre as diversas centrais sindicais e movimentos sociais. O ato foi realizado na Praça Sete, tradicional ponto de manifestações públicas da cidade.

Unidade
O ato unitário fortalece a luta dos trabalhadores, que se sentem mais fortes para resistir às demissões. Para Gilberto Gomes, o Giba, da Federação Metalúrgica/Conlutas, “Esta unidade é muito importante, pois nenhum sindicato ou central sindical vai conseguir sozinha barrar as demissões. Precisamos construir uma grande luta nacional unificada, para pressionar o governo Lula e o governo Aécio, a tomar medidas que garantam o emprego”.

A unidade foi defendida também pelas demais centrais presentes, como CUT, CTB, NCST, UGT, CGT, que afirmaram que é preciso construir novas manifestações conjuntas.

O MST defendeu a construção de uma jornada de lutas que envolvesse o conjunto da base dos trabalhadores. Para Valdir, representante do MST, “precisamos mobilizar as massas para o dia 1º de abril, 21 de Abril, em direção a um grande ato de 1º de Maio”.

Lula deve defender o emprego e não os banqueiros
A principal diferença que se expressou na manifestação foi com relação ao governo Lula. Enquanto a maioria das centrais afirmava que Lula vem cumprindo um papel positivo na defesa do emprego dos trabalhadores e, por isso, seria errado exigir medidas mais concretas do governo, Pedro Valadares, da Conlutas disse que “ao contrário do que afirmam as demais centrais aqui presentes, a idéia de que Lula defende os interesses dos trabalhadores é ilusória. Lula deu até agora R$ 160 bilhões para os banqueiros, além de isenção IPI e outros impostos para as montadoras e empreiteiras. Mas quando a Embraer demitiu 4.270 pais e mães de família e a Vale demitiu 1.300, Lula se limitou a torcer pela readmissão dos trabalhdores. Por isso, fazemos um chamado, a que todas as centrais e movimentos, juntamente com a Conlutas, exijam de Lula uma medida provisória estabelecendo a estabilidade no emprego, e uma lei contra as demissões imotivadas”.

PSTU marcou presença
O PSTU, que ajudou a construir a manifestação, estava presente com sua militância e um grande estandarte pela estatização da Novelis, empresa de Ouro Preto que ameaça fechar as portas no dia 11 de maio.

Além de saudar a unidade e defender uma postura mais contundente dos movimentos em relação ao governo Lula, Vanessa Portugal destacou: “Nossa luta em defesa do emprego e dos direitos só terá sentido se os trabalhadores, no curso desta luta, tomarem em suas mãos os destinos do Brasil, e construírem uma nova sociedade, voltada para atender às necessidades da maioria da população e não o lucro de meia dúzia de banqueiros e empresários. Ganhar as mulheres e demais setores oprimidos, para estarem ao lado dos trabalhadores nesta luta é urgente! É só assim, que abriremos caminho para a construção de uma nova sociedade, mais justa e igualitária, sem preconceitos, uma sociedade socialista”.

Estavam presentes, ainda, personalidades, como os deputados Jô Moraes e Carlin, do PCdoB e Sérgio Miranda, ex-deputado, pelo PDT. Jô e Carlin defenderam a queda dos juros, para aumentar o crédito e o consumo. Já Sérgio destacou que esta crise econômica é a mais grave dos últimos 80 anos, e defendeu a necessidade de retomar a estratégia socialista.

Outros protestos
A Conlutas organizou também uma manifestação em Várzea da Palma, contra o fechamento da Rima, grande empresa siderúrgica que vem desligando seus alto-fornos devido à redução da produção. Isso tem levado os sindicatos de metalúrgicos de Várzea da Palma e de todo o norte de Minas a realizarem uma grande campanha contra o fechamento e pela estatização da empresa.