Policiais patrulham ruas de Porto Príncipe

No Brasil e no Haiti ocorrem mobilizações contra a ocupação. Editor do Opinião Socialista, Eduardo Almeida, viaja ao país para prestar solidariedadeNo dia 12 de julho completaram-se seis meses da tragédia que atingiu o Haiti, destruindo sua capital Porto Príncipe e matando centenas de milhares de pessoas. Estima-se que até 230 mil pessoas tenham morrido no terremoto. A infra-estrutura do país continua completamente destruída, enquanto 1,5 milhão permanece vivendo precariamente em barracas.

Seis meses após o desastre, fica cada mais evidente o verdadeiro caráter das tropas de ocupação no país devastado. Longe de empreender qualquer esforço pela reconstrução do país, os soldados estão no país para garantir a ordem e evitar qualquer tipo de rebelião popular.

Jornada de lutas
No próximo dia 28 ocorrem, no Brasil e no Haiti, mobilizações contra a ocupação militar do país caribenho. A data lembra o ano de 1915, quando o Haiti foi ocupado pela primeira vez pelos EUA. No Brasil ocorrem manifestações em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A Secretaria Nacional provisória eleita no Conclat divulgou nota convocando as manifestações e fazendo um chamado aos sindicatos e entidades dos movimentos sociais e populares a se somarem à campanha. As mobilizações vão denunciar o governo Lula por manter tropas no país, além de exigir a imediata retirada dos soldados. “A luta do povo haitiano é também a nossa luta”, afirma a nota.

As manifestações fazem parte da campanha internacionalista de ajuda e solidariedade ao povo do Haiti. Durante todo o primeiro semestre, a Conlutas e sindicatos organizaram uma campanha de arrecadação de recursos para os movimentos sociais do Haiti, em paralelo à luta contra a ocupação militar estrangeira.

O editor do Opinião Socialista e membro da direção nacional do PSTU, Eduardo Almeida, deve viajar nos próximos dias ao país caribenho. Ele vai levar a solidariedade ativa aos trabalhadores mobilizados do Haiti.

Nada mudou
Hoje, apesar das inúmeras promessas de ajuda internacional ao país caribenho, a situação continua exatamente igual ao do dia seguinte ao tremor. Somente 2% dos 50 bilhões de dólares arrecadados pelas ONG´s e governos até agora foram utilizados. Se por um lado o terremoto expôs o descaso da comunidade internacional com o país, por outro ele descara o verdadeiro papel das tropas da ONU que por seis anos ocupavam o Haiti.

Longe de realizar qualquer ação de reconstrução ou resgate das vítimas, as tropas, primeiro da ONU e depois dos EUA, asseguram apenas o controle da população, impedindo qualquer tipo de rebelião. Desta forma, as multinacionais instaladas no país podem voltar a explorar os trabalhadores, até mesmo aproveitando a tragédia para impor salários cada vez mais baixos.

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