Manifestação também será de repúdio à criminalização das lutas dos trabalhadoresUm Ato Nacional contra o Atentado à Conlutas e contra a Criminalização dos Movimentos Sociais vai reunir sindicatos, movimentos populares, parlamentares e entidades democráticas, no próximo dia 20 de agosto, em São José dos Campos (SP).

O ato, previsto para acontecer na Câmara Municipal, está sendo organizado pela Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) em repúdio ao atentado ocorrido no dia 1º de agosto. A sede da entidade, que fica num terreno do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, foi invadida por jagunços armados durante a assembléia dos trabalhadores terceirizados da Revap, que fundavam a Associação de Ajuda Mútua e Solidariedade dos Trabalhadores da Construção Civil.

O ataque soma-se a um conjunto de ações que vêm se desencadeando contra organizações independentes do movimento operário. Interditos proibitórios, demissões e perseguições contra ativistas, dirigentes e movimentos tornaram-se freqüentes no país e ganham caráter cada vez mais violento.

Para o Ato Nacional, a coordenação da Conlutas vai convidar representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Movimento dos Sem-Terra (MST), Secretarias Estadual e Federal de Direitos Humanos e entidades sociais latino-americanas. O ato está previsto para acontecer no Salão Mário Scholz, às 15h.

O atentado
Cerca de 30 homens armados desceram de um ônibus vindo de Santo André e invadiram o local com gritos, ameaças e tiros. Houve quebra-quebra de instalações da sede, móveis, três carros do sindicato e caminhão de som, que estavam estacionados no local. Um trabalhador foi baleado e tiros também foram disparados contra o coordenador da Conlutas, José Donizete de Almeida.

Nada foi roubado. Apenas documentos relativos à Associação, como o estatuto, ata e lista de presença da assembléia.

Por não se tratar de um crime comum, o caso foi encaminhado à Delegacia de Investigação Gerais (DIG). A Conlutas também entrou com pedido, junto à 1ª Vara do Trabalho, para que os Ministérios Públicos do Trabalho e Federal investiguem o atentado.

A Conlutas e os trabalhadores terceirizados da Revap exigem do governo Lula, da Polícia Federal, do governo Serra e da Polícia do Estado, que investiguem e esclareçam o papel da CUT, do Sindicato da Construção Civil, da Petrobras e de suas empreiteiras, que são os principais suspeitos, nestes acontecimentos.

“Os fatos são de extrema gravidade e devem ser repudiado por toda a sociedade. Este é dos piores exemplos de gangsterismo sindical, em que a violência e o banditismo são utilizados contra os trabalhadores. Qualquer disputa no campo da classe operária deve ser feita no marco das idéias e da democracia e não da violência”, afirma o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José e coordenador regional da Conlutas, José Donizete de Almeida.