Em reunião nesta quinta-feira, 9 de abril, centrais sindicais convocam dia nacional de paralisação

Neste dia 8, a Câmara de Deputados aprovou o texto base do PL 4330 que regulamenta a terceirização no país. Trata-se de um dos mais graves ataques aos trabalhadores dos últimos tempos.
 
A aprovação aconteceu por ampla margem de votos (324 a favor e 137 contra), o que comprova o perfil deste Congresso de picaretas, cujos chefes Renan Calheiros e Eduardo Cunha, presidentes do Senado e Câmara respectivamente, estão sendo investigados pela Operação Lava Jato.  O Congresso não escondeu que é um antro de representantes dos empresários e representantes do sistema financeiro. Grande parte da patronal do país ocupava as galerias durante a votação.
 
O que é o projeto?
A PL das terceirizações representa um ataque brutal contra a classe trabalhadora brasileira. O projeto, se implementado, vai reduzir direitos e salários, dividir os trabalhadores e promover acordos coletivos diferenciados e ampliar as privatizações em todos os serviços públicos, uma vez que o governo vai preferir terceirizar a mão de obra (como ocorre descaradamente na Petrobras) ao invés de promover concursos.
 
Mas a terceirização tem outro objetivo que é dividir o trabalhador no seu local de trabalho, com diversos sindicatos representando uma mesma categoria. Muitos desses sindicatos, que representam exclusivamente os terceirizados, são criados pelos próprios patrões, o que é um ataque explícito à liberdade sindical do trabalhador.
 
A PL das terceirizações vai ajudar o governo Dilma em seu ajuste fiscal, ao lado das medidas provisórias 664 e 665 que restringem o pagamento das pensões por mortes, o PIS e o seguro desemprego.
 
Vamos botar o bloco dos trabalhadores na rua!
No final da tarde desta quinta-feira, dia 9, a CSP-Conlutas, CUT, CTB, NCST e Intersindical/CCT realizaram uma reunião e decidiram convocar uma Paralisação Nacional dos trabalhadores no dia 15 de abril, próxima quarta-feira.
 
A paralisação é contra o PL das terceirizações (PL 4330) e contra as MPs 664 e 665 do Governo Dilma.
 
Na reunião, a CSP-Conlutas defendeu a paralisação nacional e reafirmou a necessidade das centrais sindicais construírem uma Greve Geral para derrotar estes ataques e defender os direitos dos trabalhadores.
 
“Nós, da CSP-Conlutas, assumimos o compromisso de construir esse dia, mas alertamos as demais Centrais sobre a necessidade de construir com força uma Greve Geral no país. Uma Greve Geral organizada com a criação de Comitês de Mobilização e pauta única contra a política que vem sendo aplicada no país”, explicou Paulo Barela, da CSP-Conlutas. Segundo o sindicalista, o dia 15 de abril tem que ser “parte de um processo que deve avançar para mais e radicalizadas ações da classe trabalhadora”.
 
As demais centrais ficaram de amadurecer o tema e discutir conjuntamente em uma nova reunião após o dia 15.
 
Zé Maria esteve presente na reunião e defendeu a necessidade de construir um plano de ação unificado para preparar a Greve Geral.“Precisamos fazer uma grande paralisação no dia 15 e dar continuidade a esta luta. A paralisação nacional é um passo importante na luta contra estes ataques. E devemos continuar avançando. É preciso um plano de ação unificado e comitês de mobilização para preparar uma greve geral que pare todo o país. O Brasil precisa de uma greve geral pra derrotar o PL das terceirizações e as MPs do Governo Dilma.”, explicou.