Estudantes protestam em frente à UNEB

Protesto denunciou ataque do governador petista às verbas das universidades estaduais. Ato também marcou a aparição pública da ANEL no estadoNo Dia Nacional de Luta, 14 de agosto, estudantes, professores e servidores paralisaram as aulas na Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Cerca de 400 pessoas, em frente aos portões da UNEB, denunciaram os decretos de contingenciamento do governo de Jacques Wagner (PT). O governador atacou as verbas do serviço público, enquanto as empresas, incluindo as que demitiram e ameaçam demitir, seguem recebendo isenção fiscal. “Wagner foi eleito por nós, mas nos traiu. Com a desculpa da crise, corta orçamentos e prioriza os grandes empresários” afirma Maria do Socorro, diretora da Associação dos Docentes da UNEB (ADUNEB).

Um novo protesto está marcado para esta quarta-feira, dia 19 de agosto. Professores, estudantes e técnicos irão paralisar as atividades das quatro universidades estaduais da Bahia e farão um ato público na Governadoria, para pressionar o governador a revogar os decretos de contingenciamento de verbas.

A abertura de concurso público para professores e técnicos efetivos, mais verbas para educação e assistência estudantil foram também bandeiras levantadas pelos ativistas. Na UNEB, os estudantes de Fisioterapia estão em greve desde o mês de junho por falta de professores e contra a estrutura precária do curso. Recentemente, estudantes do interior permaneceram 73 dias em greve pela ampliação do quadro docente.

Luta nacional
Segundo Renata Mallet, da Conlutas-BA, “o movimento que hoje parou a universidade entende a importância de fortalecer a luta nacionalmente em defesa dos direitos dos trabalhadores e da juventude contra os efeitos da crise econômica”.

Ativistas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) também estiveram presentes. “O corte de verbas não é um problema só das UEBAs. Só esse ano, o governo Lula anunciou o corte de 1 bilhão de reais no orçamento das federais. Em contrapartida destinará uma linha de crédito para as faculdades privadas”, afirma Laís, do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFBA. No dia 5 de agosto, o Ministério da Educação e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) assinaram protocolo visando repassar R$ 1 bilhão ao setor privado da Educação.

A Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL), fundada recentemente em um congresso no Rio de Janeiro, participou da organização dos protestos. A ANEL-BA esteve presente, defendendo “Nenhum centavo a menos para a educação pública, nenhum centavo a mais para as universidades privadas”. A nova entidade, que surge depois da falência da UNE, realizou uma reunião na Bahia no dia 12 de agosto com cerca de 13 entidades, onde aprovou a construção do calendário nacional de mobilizações. “Essa é a primeira atividade pública que a ANEL está construindo nacionalmente. O primeiro passo na construção de um calendário nacional unificado de mobilização”, afirma o estudante Arthur Gibson.