O dia 14 na capital mineira foi marcado pela presença de diversas categorias em luta na cidade, o que garantiu uma ampla participação dos trabalhadores de base na manifestação

Gripe suína
Ao meio-dia, os trabalhadores da saúde, liderados pelo Sindeess, organizaram uma manifestação contra a gripe suína em frente à Santa Casa. Com máscaras brancas e imagens de porco, os trabalhadores denunciaram o descaso dos governos com a saúde pública, bem como as más condições de trabalho nos hospitais privados.

“Aqui na Santa Casa estamos sendo obrigados a atender aos doentes sem os devidos equipamentos de proteção. O Hospital ganha muito dinheiro, mas não quer investir em condições de trabalho para seus funcionários e segurança para a população”, afirmou Dinei, trabalhador da Santa Casa e diretor do Sindeess.

Matalúrgicos iniciam campanha salarial
Logo depois, os trabalhadores se juntaram aos metalúrgicos de todo o estado, que decidiram dar início à sua campanha salarial no dia 14, e entregaram sua pauta de reivindicações na Federação da Indústria de Minas Gerais (Fiemg).

As bandeiras defendidas pela Conlutas, como o reajuste salarial, estabilidade no emprego e redução da jornada sem redução salarial deram o tom da manifestação. “Estamos aqui hoje para exigir que a Fiemg atenda às reivindicações dos metalúrgicos. Se eles afirmam que o pior da crise já passou, e que as empresas voltaram a produzir, então está na hora de valorizar os trabalhadores”, disse Giba, diretor da Federação Democrática dos Metalúrgicos.

Assembleia dos professores da rede municipal
Às 14h, foi a vez dos professores do Sindrede realizarem uma grande Assembleia na Praça da Estação. Os professores estão em luta por reajuste de salários e melhores condições de trabalho. O prefeito Márcio Lacerda, que governa através de uma aliança entre PT e PSDB, propõe reajuste de 0% e se recusa a fazer qualquer negociação em relação à pauta de reivindicações dos professores.

Na assembleia, os professores chegaram à conclusão de que ainda não havia condições para greve, mas votaram a paralisação no dia 14 e a continuidade das mobilizações.

Unificação
Depois da assembleia, centenas de estudantes do CEFET e da UFMG, bem como funcionários do município ligados ao Sindbel se uniram aos professores. Os estudantes, liderados pela Anel, estavam em luta pelo passe-livre, além de exigirem o Fora Sarney e protestarem contra a gripe suína.

Todos seguiram em passeata até a frente da prefeitura, onde se encontraram com os demais trabalhadores, no ponto alto da manifestação. Estavam presentes trabalhadores da Mineração (Sindicato Metabase Inconfidentes), Pedtroleiros, sindicato dos médicos, estudantes ligados à UNE e AMES, além de centrais sindicais como a CUT, NCST e CTB.

“O ato de hoje é um importante marco na luta dos trabalhadores brasileiros. Estão aqui presentes hoje, as principais categorias em luta no estado de Minas Gerais. Fica demonstrada mais uma vez, não só a disposição de luta dos trabalhadores, mas também a capacidade da Conlutas, de propor e garantir a unificação dos trabalhadores e suas centrais sindicais, apesar de todas as nossas diferenças”, afirmou Pedro Valadares, coordenador da Conlutas MG.

Repressão
Depois da prefeitura, o ato seria encerrado em frente ao Palácio da Liberdade, sede do governo estadual, mas foi impedido pela polícia de chegar até o local. A ordem partiu do governo Aécio Neves (PSDB), o que demonstra uma vez mais que o palácio do governo não tem mais nada de “Liberdade”.