O Dia Nacional de Lutas foi marcado pela luta contra a privatização da água. Desde às 7h30, a Conlutas realizou uma mobilização em frente à Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa). Com carro som, panfletos e uma faixa com a frase “Duciomar, tire suas mãos sujas de nossa água”, os ativistas falaram para os trabalhadores da Cosanpa e para a população que passava pelo local.

Em outro ponto da cidade, não muito distante da concentração oficial do ato, a construção civil preparava-se para sua luta na campanha salarial. Uma importante luta, que paralisou diversas obras na cidade de Belém. A construção civil seguiu primeiro que o ato unificado para a frente da Federação das Industrias do Pará (Fiepa) para forçar uma negociação com a patronal. Foram recebidos para negociar poucos minutos depois de chegar ao órgão patronal, marcando uma importante vitória dessa categoria.

Além das palavras-de-ordem nacionais contra as demissões e pela redução da jornada de trabalho, a Conlutas defendeu o “Fora Sarney”, o fim do Senado e posicionou-se contra a privatização da água em Belém. Com o “Fora Sarney” a agitação se deu com palavras-de-ordem exigindo a saída do coronel e o fim do Senado, já que a Casa não serve para a classe trabalhadora e o povo brasileiro.

O que se viu no ato unificado foi a responsabilidade da Conlutas e da Intersindical que não dividiram os trabalhadores. A Conlutas participou ativamente, sendo a maior central que levou trabalhadores à rua para protestar. O MST também participou com cerca de 50 pessoas. CUT, CTB e Nova Central Sindical não mobilizaram suas bases, mandando apenas uns poucos representantes de sempre. A Força Sindical sequer apareceu.

A Conlutas estava representada por Oposição Alternativa Urbanitária, Sintsep, Sintufpa, Sintufra, Oposição Bancária, Movimento Popular da Terra Firme, Movimento Popular do Tenoné e a forte presença da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre, a ANEL.

O momento máximo foi quando o ato unitário das centrais encontrou-se com o ato da campanha salarial da construção civil. Atenagóras Lopes, da coordenação nacional da Conlutas e mebro da categoria, subiu ao carro som e fez uma fala ressaltando a força da unidade dos trabalhadores contra as demissões e a necessidade da redução da jornada de trabalho. Ele informou sobre a vitória que a categoria havia obtido.

Após a fala de Atenagóras Lopes, os trabalhadores da construção civil foram para o seu sindicato, mas deixando claro a importância do ato de unidade entre as centrais. A categoria foi discutir a proposta da patronal, realizar um debate sobre Honduras e fazer sua confraternização com muita feijoada.

O ato prosseguiu em direção à Praça da República. Os setores governistas começaram a atacar a Conlutas, afirmando que a central queria dividir o ato, pois os trabalhadores e sindicalistas que falaram pela Conlutas denunciaram a farsa do governo Lula que diz que a crise acabou. A Conlutas também denunciou a incompetência do governo federal no combate à gripe suína e fez claras exigências aos governos federal, estaduais e municipais. Os governistas, sem resposta, tentaram desmoralizar a Conlutas, afirmando que denunciar o governo Lula, o Senado corrupto e o imperialismo e o próprio governismo da CUT e da CTB era uma tentativa de dividir o ato.

Próximo ao fim do ato, Silvio Kranner falou pelo PSTU. Ele afirmou “a unidade dos trabalhadores é mais importante que qualquer diferença que possamos ter, mas não significa que não tenham que ser debatidas e este é o melhor local para debate-las”. Antes de encerrar sua fala, Silvio ainda destacou a importância da luta contra a privatização da água em Belém, puxando a palavra de ordem “O Duciomar prefeito porcaria, nossa água não é mercadoria”.