Trabalhadores e estudantes saem às ruas na abertura da Copa para protestar contra gastos com megaevento; em São Paulo o caráter é de solidariedade aos metroviários demitidos

A CSP-Conlutas e diversas entidades do movimento sindical e popular, assim como categorias de trabalhadores em luta, realizarão atos no dia 12 de junho na abertura da Copa do Mundo em dez capitais.
 
Em São Paulo, deve acontecer a maior manifestação, com saída do Sindicato dos Metroviários, a partir das 10h. O protesto, além de denunciar os gastos com a Copa e cobrar investimentos nas áreas sociais, se solidarizará com a luta dos metroviários e exigirá a reintegração dos 42 demitidos.
 
O objetivo dos atos nas capitais é denunciar os gastos com a Copa em contraposição ao descaso com saúde, educação, transporte e moradia e outras políticas sociais.
 
Estamos convivendo com o caos da saúde pública, o descaso com a educação, a precariedade do transporte e nos serviços públicos, nas três esferas, assim como a falta de moradia e de terra para plantar e produzir alimentos”, diz o dirigente da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.
 
O movimento acredita que a realização da Copa atendeu a interesses privados e não ao interesse público. Os grandes beneficiados foram a Fifa, as patrocinadoras, as construtoras do ramo imobiliário, hoteleiro, de comunicação. “Enganam-se os que dizem que fazer críticas à Copa é ser contra o futebol ou contra o Brasil. Pelo contrário. O que o movimento denuncia e exige que se dê um fim ao beneficiamento à Fifa, grandes empresas e bancos e garanta recursos públicos para as áreas sociais“, reforça Atnágoras.
 
Outra bandeira levantada pelos manifestantes é a denúncia da criminalização dos movimentos sociais e das lutas. A presença da Forca Nacional de Segurança e o Exército Brasileiro a serviço da repressão das lutas populares e a instituição de uma legislação antidemocrática de Estado de Exceção que viola a democracia brasileira é considerada inaceitável.
 
Chegou-se ao ponto do prefeito de Natal (RN), Carlos Eduardo Alves, protocolar ação na Justiça proibindo passeatas e greves ou ainda a prisão e tortura do estudante de Direito da PUC-SP, Murilo Magalhães, quando apoiava a greve dos metroviários, isto é um absurdo” (leia aqui), lamenta Atnágoras.
 
Há capitais em que os protestos não serão no dia 12. Em Brasília, por exemplo, será no dia 15/06, em Natal (RN) no dia 16/06, e em Salvador (BA) acontecem vários protestos, inclusive no dia 13/07.
 
As manifestações do dia 12 de junho:
 
A composição das atividades é regional, dependendo das categorias em luta de cada região.
 
SÃO PAULO (SP) – Concentração às 10h, no Sindicato dos Metroviários. Rua Serra do Japi, 31 – Tatuapé.
 
RIO DE JANEIRO (RJ) – Concentração às 10h na Candelária, Centro
 
BELO HORIZONTE (MG) – Concentração às 12h na Praça Sete, Centro.
 
MACEIÓ (AL) – Protesto de diversas categorias em luta que se encontro por volta das 10h na Praça Sinimbú para manifestação unificada.
 
ARACAJÚ (SE) – Haverá atividade de petroleiros na parte da manhã.
 
FORTALEZA (CE) -Concentração na sede do Sindicato da Construção Civil, às 6h, com passeata e ato na região da Beira Mar, centro hoteleiro da cidade. À tarde haverá ato unificado com sindicatos, categorias em greve e movimentos sociais.
 
TERESINA (PI) – Concentração às 10h na avenida Frei Serafim, em frente ao Bom Preço.
 
SÃO LUIZ (MA) – Concentração às 7h na Praça Deodoro, em frente à Biblioteca Pública Estadual.
 
BELÉM (PA) – Concentração, às 9h, no Centro Arquitetônico de Nazaré.
 
PORTO ALEGRE (RS) – Concentração às 12h, na esquina democrática, no Centro.