`RoletaçoDepois do chamado “Agosto do Buzu”, que parou Salvador por duas semanas contra os aumentos de passagens de ônibus e pelo passe-livre, as lutas pipocam em várias cidades do país.

Enquanto os empresários e prefeitos tentam garantir os lucros astronômicos através da isenção de impostos para as empresas de transporte, os estudantes estão indo às ruas e fazendo passeatas, bloqueios de avenidas, e pulando as catracas, implementando o passe-livre na prática.

Os aumentos de tarifas em todo o país são reflexo da safadeza dos empresários, que falsificam as planilhas de custo, superfaturando matérias-primas e depois transferindo os custos para a população.

É fruto também da política econômica do governo Lula, que ao beneficiar o pagamento da dívida externa e os acordos com o FMI, joga a maioria da juventude e dos trabalhadores no desemprego e no arrocho salarial. Não é à toa que mais de 50 milhões de pessoas estão andando a pé, por não terem dinheiro para pagar o alto preço do transporte coletivo!

Por isso o movimento segue crescendo e ganhando força. Em João Pessoa (PB), estão ocorrendo mobilizações contra o aumento da passagem de R$ 1,05 para R$ 1,15, o segundo este ano. Os atos acontecem no principal bairro operário, o Mangabeira, e nas principais avenidas do centro.

Já foram três desde o dia em que o conselho tarifário aprovou o aumento – e a tendência dos atos é crescer. Os estudantes foram até o local da reunião dos conselheiros, onde foram agredidos pela polícia. A segunda mobilização parou a cidade com dois atos simultâneos por cerca de quatro horas e a última paralisou a principal avenida da cidade, a Epitácio Pessoa.

Em Belém (PA), a passagem subiu de R$ 1 para R$ 1,41, o que gerou uma situação explosiva. O conselho de entidades da Universidade Federal do Pará aprovou uma nota pública contra o aumento, denunciando a conivência da Prefeitura e a política econômica do governo Lula, que vem colocando a juventude em uma situação de miséria e desemprego. Os estudantes farão novo ato no dia 9.
Em Salvador (BA), continuam havendo plenárias, reunindo dezenas de estudantes e grêmios. As plenárias estão voltando a convocar manifestações, como a que aconteceu no dia 25/9, e haverá novo ato no dia 10.

Também em Natal (RN), Recife (PE) e Fortaleza (CE), plenárias estão marcadas para discutir a campanha e a realização de atos no dia 10.

Em São José dos Campos (SP), as mobilizações estão acontecendo desde o dia 11/8, quando os empresários reivindicaram um aumento das passagens de R$ 1,60 para R$ 2,86. As mobilizações têm reunido em média mil estudantes, enfrentando ataques da imprensa e a repressão nas escolas, que buscam punir as lideranças. No dia 24, os estudantes pularam as roletas pela primeira vez, no “roletaço”, forma de luta cada vez mais comum.

No Rio de Janeiro (RJ), houve um ato com mil pessoas, exigindo a contratação de professores e o passe-livre, ameaçado pela Prefeitura e pelo governo do estado. Infelizmente, a mobilização acabou com forte repressão da polícia de Garotinho. Agora os estudantes estão se reorganizando para uma nova manifestação.

Em São Paulo (SP) houve uma primeira plenária da campanha que reuniu 150 pessoas. Essa reunião montou um comitê pelo passe-livre, composto por grêmios de dezenas de escolas, e marcou uma manifestação para o dia 10. Além disso, estão acontecendo encontros de grêmios em várias regiões da cidade, cuja principal resolução tem sido a campanha do passe.

É por isso que o dia 10 está se tornando uma referência para todos os estudantes que estão em luta pelo passe-livre. É preciso transformar o dia 10 em um DIA NACIONAL DE LUTA PELO PASSE-LIVRE, que dê visibilidade para a campanha e coloque a luta em um patamar superior.

No dia 10, organize manifestações, palestras, plenárias na sua cidade. Faça parte você também da campanha!

* Colaboraram Erik Fernandes (São José dos Campos), Fiori (Salvador), Lício Romero (João Pessoa), Roberto (Belém)

Post author Bruno Nareba e Diego*,
diretores pela oposição na UBES
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