Foto Marcelo Camargo/ABr
PSTU-DF

Nesta terça-feira (6/02), parte do Eixão Sul, na área central de Brasília, desabou e por pouco não ocorre uma verdadeira tragédia, uma vez que a poucos metros da parte que desabou fica a passarela da Galeria dos Estados onde há lojas, restaurantes, fluxo intenso e pessoas em situação de rua que ficam na região.

O desabamento ressalta o descaso dos governos do Distrito Federal que, ano após ano, negligenciaram sua manutenção. Enquanto infraestruturas “apodrecem” e colocam vidas em risco, governos fazem da política de planejamento urbano um balcão de negócios e realizam obras faraônicas que servem para privilegiar as grandes construtoras, que doam rios de dinheiro para as campanhas eleitorais.

O Centro Administrativo do DF, construído em Taguatinga, é um desses casos. Custou 1 bilhão de reais e hoje é um verdadeiro elefante branco, sem nunca ter sido utilizado. O Estádio Mané Garrincha é outro exemplo. Construído durante o governo Agnelo, custou cerca de 1,5 bilhão de reais e rendeu uma série de prisões, dentre elas dos ex-governadores Arruda (PR) e Agnelo (PT), além de Tadeu Filippelli (PMDB) e também do presidente do grupo Via Engenharia, todos envolvidos no esquema de corrupção que desviou milhões dos cofres públicos.

O descaso com os edifícios públicos não é uma exclusividade do atual governo, Arruda e Agnelo também são responsáveis por esse desabamento quando foram tão negligentes como Rollemberg na política de manutenção das edificações.

Infelizmente, outras pontes e viadutos da cidade também se encontram em situação crítica e correm o risco de cair, como demonstram laudos realizados em 2009 pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura). Em 2012, outro relatório do TCDF (Tribunal de Contas do Distrito Federal) também apontou que a política de manutenção das edificações públicas e vias urbanas é feita de maneira improvisada e casual e coloca em risco a integridade dessas estruturas.

É inaceitável que Rollemberg use como desculpa pela falta de manutenção das estruturas a falta de verbas públicas. Somente em 2016, o GDF gastou 87,7 milhões de reais com publicidade, um valor muito superior aos 1,4 milhões que Rollemberg anunciou que vai gastar para as obras de reparação do viaduto do Eixão sul.

Vale ressaltar, que com a Emenda Constitucional 95, apoiada pelo governador Rollemberg (PSB) e que prevê teto para gastos públicos, a situação pode piorar, pois os recursos para serviços públicos ficarão mais escassos. O resultado será ainda mais precarização dos serviços (saúde, educação, limpeza, manutenção), mais prejuízos e risco à população enquanto se garante mais dinheiro para encher os cofres dos banqueiros.

É preciso mudar a política de planejamento urbano e manutenção das edificações públicas do DF. Em primeiro lugar é necessário garantir a contratação de mais servidores públicos pela NOVACAP e revitalizar essa empresa estatal, para que ela possa organizar uma agenda permanente de vistorias técnicas nas estruturas do DF e fazer a manutenção dessas estruturas de forma regular.