Leia abaixo o informe do MTST sobre um novo atentado sofrido por um dirigente nacional do movimentoContamos mais uma tentativa de homicídio contra o companheiro Edson Francisco da Silva. A cidade de Brazilândia, onde o MTST tem trabalhos desde início de 2010, praticamente se mostra como território proibido para este companheiro.

Edson é membro da coordenação nacional do MTST e constrói o movimento no DF. Foi ele quem teve a casa invadida e alvejada por 18 tiros e conseguiu fugir tendo sido atingido de raspão apenas por um dos disparos. Isso ocorreu em setembro de 2011. Algum tempo depois, com toda a coordenação do DF sempre preocupada com qualquer deslocamento, o mesmo Edson foi perseguido dentro de Brazlândia e só conseguiu despistar as pessoas na cidade vizinha de Ceilândia.

Esperando que o ano estivesse se encaminhando para o final, depois de o MTST ver como o governo do DF trai os trabalhadores e rompe qualquer acordo, depois de descobrirmos que as operações, sempre ilegais, de despejo que o GDF faz (agora são acompanhadas por fotos de coordenadores do MTST), o companheiro Edson estava levando sua vida.

Indo de Brazlândia para Ceilândia no início da madrugada de segunda (19/12) para terça ele, que estava de moto, foi surpreendido por um veículo em altíssima velocidade perseguindo-o. Só conseguiu identificar a cor vermelha do carro. Em poucos minutos depois de ter percebido a perseguição, no balão da BR-070, curiosamente próximo da área ocupada em julho deste ano pelo MTST, o carro bate covardemente na traseira da moto, que só não perdeu o controle por muita sorte e força no braço. Contudo, ela bateu nos meio-fios e no balão o companheiro caiu e foi arrastado na grama, batendo violentamente cabeça, ombro, mão e perna no chão. Os responsáveis fugiram.

Edson foi a um pronto-socorro e, apesar dos ferimentos, passa bem.

Após o ocorrido, foi fazer a denúncia no 24ª DP, delegacia da área. O oficial que iria receber a ocorrência se recusava justificando que a moto não estava no local para ser periciada e outras desculpas. O que surpreendeu, não pelo teor, mas por falar daquela maneira, foi quando ele perguntou: “mas se tentaram te matar essas duas vezes você deve ser envolvido com coisa errada, não é não?”. “Não senhor, sou só militante de movimento social!” “Há, então…” É essa a visão que o Estado tem do militante, temos certeza também que se o companheiro não fosse negro, ou usasse palavras complicadas o tratamento seria diferente.

Não paramos de lutar, não desistimos, tentaram com este companheiro duas vezes o que só mostra que estamos no caminho certo no DF. Incomodando quem deve ser incomodado e garantindo luta pra todos que quiserem lutar!