Fotos Erick Dau

Educadores, estudantes e servidores estaduais foram às ruas contra os cortes, os ataques ao funcionalismo e pelo “Fora Pezão”

Foi dada a partida para o que promete ser uma das maiores mobilizações desde junho de 2013. Na tarde desta quarta-feira (2), cerca de 10 mil pessoas, entre servidores estaduais, profissionais de educação e estudantes da rede pública, estiveram nas ruas do centro do Rio reivindicando o fim dos cortes no orçamento estadual; contra os ataques ao funcionalismo (que incluem o aumento da contribuição previdenciária e do tempo de serviço); eleição direta para os diretores das escolas, e principalmente pelo “Fora Pezão!”.

A mobilização dos trabalhadores começou na manhã desta quarta, com a primeira assembleia do SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) após a deflagração da greve. Realizada na Fundição Progresso, contou com cerca de 3000 educadores, além de um grande número de estudantes secundaristas que deram um show de solidariedade e combatividade. A continuidade da greve foi aprovada junto com um calendário de lutas. A categoria vai se somar junto a outros setores do funcionalismo ao protesto do dia 16, quando haverá uma caminhada ao Palácio Guanabara, sede do executivo estadual.


Assembleia na Fundição Progresso reuniu 3 mil

Assim que terminou a assembleia, os educadores saíram em caminhada pelo centro do Rio, para se encontrar com os serventuários da justiça, bombeiros, entre outras categorias do funcionalismo, que estavam se concentrando em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ). Ao todo, ao chegar na Alerj, eram mais de 10 pessoas.

A massa dos educadores e estudantes gritava a plenos pulmões pedindo a saída do governador. O que mais se ouvia era o “Fora Pezão”. Os limites do Muspe (Movimento Unificado dos Servidores Públicas Estaduais) – em grande parte controlado por sindicatos cujas direções são base de apoio ao PMDB – ficaram claros quando um animador do ato começou a cantar “Cidade Maravilhosa” (com um final modificado) e foi abafado por uma sonora vaia.

PSTU se destaca no apoio aos educadores
Eram dezenas de bandeiras do PSTU espalhadas por toda a manifestação. Desde a assembleia na Fundição Progresso, os militantes do partido colocavam a necessidade de unificar as lutas do estado para construir uma greve geral e derrubar o governador Pezão. A denúncia do ajuste fiscal e da corrupção dos governos Dilma e Pezão eram cantadas por uma animadíssima coluna composta por professores, estudantes e operários do Comperj: “Eu vou lutar pela educação, é fora Dilma, fora Paes e fora Pezão, é fora todos que atacam a educação”.

PSTU, Anel, CSP-Conlutas e o Movimento Mulheres em Luta (MML) visitaram e mobilizaram a Faetec de Quintino; os colégios estaduais Mendes de Moraes (Ilha do Governador), Heitor Lira e Gomes Freire (ambos na Penha).

Diferente de junho de 2013, não houve absolutamente nenhum problema com as bandeiras do PSTU, tampouco com as das entidades sindicais e estudantis. Pelo contrário, os estudantes se aglutinavam em torno da bateria da Anel, que agitou o ato incansavelmente do início ao fim.


Bandeiras do PSTU no ato

O PSTU conquistou no Rio o direito democrático de levantar suas bandeiras porque ele é parte das mobilizações. É reconhecidamente um partido diferente de todos os demais, que está no dia a dia na luta dos trabalhadores e da juventude. Esteve nas greves dos bombeiros, do Comperj e lutou política e fisicamente contra os neonazistas em 2013. Sempre tratou o movimento social com honestidade e franqueza sem esconder suas bandeiras e seu projeto de construir um partido operário, socialista e revolucionário.

Nestes próximos dias, sem dúvida, o centro das mobilizações vai passar pela greve da educação e pelo movimento secundarista e ganhará adesão dos servidores da UERJ, que passaram por cima do indicativo do sindicato, que queria adiar seu início para abril.

Pode ocorrer no Rio um processo semelhante ao que aconteceu em São Paulo no ano passado. Para Helena Martins, da ANEL Rio e da Juventude do PSTU, a luta deve passar sim pela ocupação de escolas e pela auto-organização dos estudantes. “A nossa luta é uma só, e estamos aqui para dar todo apoio à luta dos profissionais de educação e dos estudantes, que não aguentam mais o Pezão, a Dilma, o Aécio ou qualquer um desses”, disse.

Certamente, é organizando as lutas contra os governos do PMDB, do PT ou da oposição de direita é que os trabalhadores e estudantes alcançarão vitórias.

*Contribuição de Rodrigo Barrenechea