Trabalhadores da construção civil iniciam greve por melhores salários e condições de trabalho na refinaria RevapOs terceirizados que trabalham na modernização da Revap, refinaria da Petrobras, em São José dos Campos (SP), entraram em greve na manhã desta sexta-feira, dia 16, para reivindicar a negociação do reajuste salarial da categoria, já que a data-base é agora em maio.

Na manhã de sexta, chegaram a ocupar a rodovia Presidente Dutra, por alguns minutos. Na porta da refinaria, que está 100% paralisada, havia um forte aparato policial, que tentou impedir a manifestação, mas não conseguiu, diante da força do movimento.

Os 10 mil trabalhadores do setor da construção civil ignoraram o acordo rebaixado negociado pelo sindicato da região, ligado à CUT, e entraram em greve. “A pauta já foi entregue em março, mas já estamos na segunda quinzena de maio e até agora as empresas não responderam aos trabalhadores e o sindicato da categoria também nada fez. Viemos fazer uma panfletagem e os trabalhadores decidiram parar”, informou José Donizete de Almeida, membro da coordenação regional da Conlutas.

Apoio da Conlutas
Nesta segunda-feira, a categoria chegou a expulsar o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da assembléia, após este ter abandonado os trabalhadores na semana passada e ter realizado uma eleição fraudulenta. Em assembléia, os trabalhadores votaram a continuidade da mobilização até que o consórcio de empreiteiras atenda as reivindicações e exigem que o consórcio negocie com a Comissão de Trabalhadores, eleita pela assembléia. A comissão inclui trabalhadores da obra, da Conlutas, do Sindicato dos Metalúrgicos e do Sindicato dos Petroleiros.

O apoio do Sindicato dos Metalúrgicos tem sido fundamental, ainda mais porque cerca de 60% dos trabalhadores são caldeireiros, fresadores, serralheiros, soldadores, enfim, atuam em atividades metalúrgicas. A mobilização está sendo liderada pela Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), que há cerca de duas semanas também esteve à frente de outra mobilização dos trabalhadores da construção civil, em Fortaleza.

“Diante da forte mobilização, as empresas tentam atacar o movimento e alegam que a Conlutas é ‘estranha’ à categoria. Mas, o apoio dos 10 mil trabalhadores é incontestável. Inclusive, dois diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil também apóiam o movimento”, disse o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e coordenador regional da Conlutas, José Donizete de Almeida. “A Petrobras também é responsável e ela não pode tratar de forma diferenciada os terceirizados, já que todos trabalhadores estão na mesma planta e estão expostos aos mesmos riscos”, conclui Donizete.

As reivindicações dos trabalhadores são:

– 20% de aumento real + INPC para todos os salários;
– redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários;
– pagamento de 100% de horas extras realizadas durante a semana e aos sábados e de 150% aos domingos, sem banco de horas;
– auxílio-alimentação (ajuda de custo) para todos;
– auxílio-passagem a cada dois meses para os que moram fora;
– e o mesmo tratamento aos trabalhadores terceirizados, que é dado aos efetivos, principalmente nas questões relacionadas à saúde, higiene, segurança, salário, convênios, etc.

FONTE: www.sindmetalsjc.org.br