Ato de lançamento da campanha a favor da desfiliação do Cpers da CUT
Darlene Silveira

Conselho Geral da entidade dos trabalhadores em educação do Rio Grande do Sul decidiu por uma assembléia geral em junhoO auditório do Instituto de Educação General Flores da Cunha recebeu sexta-feira, 9 de março, cerca de 200 trabalhadores em educação e representantes do movimento sindical para o lançamento da campanha de desfiliação do Cpers da CUT. A promoção foi do movimento Oposição Unificada do Cpers-Sindicato, cujos dirigentes fizeram parte da mesa de trabalhos: Clovis Oliveira, Neida Oliveira e Régis Ethur.

Compareceram integrantes de sindicatos nacionais, com suas experiências e solidariedade, como o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte/SC), Sindicato dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe/RJ) e Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Um abaixo-assinado circulou entre os trabalhadores e vai percorrer toda a categoria.

A coordenadora geral do Sepe/RJ, Vera Nepomuceno, disse ser uma grande alegria estar presente a um ato como esse num momento importante da conjuntura nacional. “O nosso sindicato já passou por esse processo, quando, em junho de 2006, num plebiscito, 61% da base da categoria votou pela desfiliação da CUT”, explicou. E esclareceu o motivo: nas situações de mais ataques aos trabalhadores, a central não os defendeu e sim os abandonou. “Esse perfil de estar junto aos trabalhadores faz parte do passado da CUT, pois ela hoje é governista e só reforça a retirada de direitos da classe”.

O também coordenador geral do mesmo sindicato, Danilo Serafim, contou que eles vieram a Porto Alegre para prestar solidariedade e força aos trabalhadores gaúchos. E enfatizou: “é imperativa a ruptura do Cpers da CUT, porque setores que brigaram contra a ditadura militar, hoje são os baluartes do capitalismo. A CUT merece ir para a lata de lixo da história, por sua traição à classe trabalhadora” .

O Andes-SN, também já desfiliado da CUT, esteve representado por seu secretário geral, Luiz Henrique Schuch. Ele acredita que, quando as bandeiras, organizações e referências que foram símbolo para os trabalhadores os abandonam, é preciso sinalizar para a classe com outra referência, a fim de manter a aglutinação do bloco histórico anteriormente constituído. Por isso e pela respeitabilidade e expressão do Cpers, sua saída da CUT vai representar um importante símbolo e um tema de reflexão para o conjunto dos trabalhadores brasileiros, no sentido de reconstruírem as suas organizações e referências.

Encaminhamentos
Conforme a dirigente da Oposição Unificada do Cpers-Sindicato, Neida Oliveira, que também faz parte do Conselho Geral do Cpers, o ato de sexta-feira foi vitorioso e abriu a possibilidade de levar a questão da desfiliação para o Conselho Geral do Cpers, que ocorreu sábado, 10. “E o Conselho não teve como evitar a vontade da base da categoria, que é realizar uma assembléia geral para votar a desfiliação da CUT”. Segundo Neida, a assembléia ficou marcada para junho, em data ainda a ser definida. “Agora é discutir o assunto nas escolas”.

Para Neida, esse debate aqui no RS é fundamental, não só para os trabalhadores em educação, mas para todo o movimento sindical. “A desfiliação do Cpers da CUT é vital para resgatarmos o perfil combativo, de lutas do nosso sindicato”. De acordo com ela, desfiliar-se da central significa também derrotar a atual direção do Cpers, que não pode mais ficar à frente do sindicato. E concluiu: “socialismo se constrói no dia-a-dia, com solidariedade”.

Fonte: http://www.sindicaixa.com.br