O IBGE divulgou nesta quinta, 28, os números mais recentes do desemprego no país (pela Pesquisa Mensal de Emprego), e eles revelam um avanço assustador do número de desempregados. O Brasil fechou o mês de dezembro com o desemprego em 6,9%, o índice mais elevado desde dezembro de 2007. Pela Pnad contínua, outro índice do IBGE mais amplo que o PME (que pega apenas as regiões metropolitanas), o ano passado teria fechado com 8,4%. 

Mais do que a taxa de desemprego em si, o que mais surpreende é a velocidade com que ele avança. A variação da média da taxa de desocupação entre o ano de 2014, de 4,8%, e 2015, de 6,8%, é um recorde, um aumento de mais de 42%. Isso representa uma população de 1,7 milhão de brasileiros sem empregos. Assim, mesmo que o desemprego atual seja ainda abaixo do registrado em 2003, de 12,3%, ele avança em velocidade recorde e mostra o impacto da crise econômica na vida dos trabalhadores. 

Além do avanço galopante do desemprego, a PME também registrou a queda na renda média real em 2015 de 3,7% em relação ao ano anterior, indo a R$ 2.265. Em Belo Horizonte, esse retrocesso chegou a 4,6%, e no Rio de Janeiro e São Paulo, 4%. O único setor a apresentar crescimento no número de trabalhadores, não por acaso, foi o de “serviços domésticos”, que estava diminuindo nos últimos anos. O setor cresceu 1,5% entre 2014 e 2015. O que isso significa? Com o desemprego subindo e a renda caindo, mais pessoas (mulheres, sobretudo) estão voltando ao serviço doméstico. 

A pesquisa também revela a diferença entre os valores recebidos pelos trabalhadores negros e brancos e entre homens e mulheres. Em 2015, trabalhadores negros (classificados pela pesquisa como de “cor preta ou parda”) receberam, em média, 59,2% do valor recebido pelos trabalhadores brancos. Já as mulheres receberam o equivalente a 75,4% do que receberam os homens.

Tudo isso mostra o impacto da crise e da política econômica do governo Dilma sobre os trabalhadores. Enquanto os bancos continuam lucrando cada vez mais (como o Santander, cujos lucros subiram nada menos que 13,5% no ano passado), os trabalhadores sofrem com o desemprego e a redução nos salários, e entre eles, principalmente os trabalhadores negros e as mulheres.

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