Desempregados em Centro de Apoio em São Paulo
Matheus Birkuit

São Paulo tem 1,687 milhão de pessoas sem empregoPesquisa divulgada nesta terça-feira, 22, pelo Seade/Dieese aponta aumento da taxa de desemprego e queda na renda do trabalhador da região metropolitana de São Paulo. Em fevereiro, a taxa subiu para 17,1%, com 1,687 milhão de desempregados na região. Ainda segundo pesquisa do Seade/Dieese, a renda dessas pessoas há três meses consecutivos sofre queda. Desde 1985, quando a pesquisa começou, janeiro de 2005 concentrou a maior baixa.

Com o fechamento dos postos de trabalho, abre-se um precedente: a batalha por um novo emprego aumenta a concorrência e faz com que as empresas aumentam a rotatividade dos funcionários, oferecendo menores salários pelos mesmos serviços prestados. O rendimento médio caiu 1,6%. Mas não é apenas a falta de vagas que preocupa o trabalhador da capital paulistana.

Os dados refletem-se no comércio. De acordo com pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), a inadiplência dos consumidores no mês de março é a maior desde julho do ano passado. Segundo a Fecomércio, os dados mostram apenas uma realidade comum à grande parte das pessoas, já que o início do ano é um período de maiores gastos. Dos entrevistados pela Federação, 34% afirmam que não irão conseguir pagar suas dívidas em curto prazo.

Números do IBGE também mostram alta do desemprego
O fenômeno medido em São Paulo é reflexo de um quadro nacional, divulgado no dia seguinte. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calculou que a taxa de desemprego subiu pelo segundo mês, passando de 10,2%, em janeiro, para 10,6%, em fevereiro. Em dezembro, a taxa de desemprego estava em 9,6%. A região Metropolitana do Rio de Janeiro contribuiu decisivamente para o aumento da taxa. Em fevereiro, 59 mil das 109 mil pessoas que perderam o emprego estavam no Rio.
A pesquisa mostra aspectos positivos, em relação à renda (alta de 1%) e a uma diminuição do ritmo de crescimento da informalidade.

Os analistas atribuem o aumento do desemprego à saída dos trabalhadores temporários que, contratados nos últimos meses do ano, costumam ser dispensados após o período de festividades e, no Rio de Janeiro, ao fim dos empregos gerados pelo turismo, no verão. No entanto, o que ninguém quer admitir já está claro: a situação das massas piora e o crescimento econômico não chega até os trabalhadores. Os números do desemprego são publicados nos jornais da grande imprensa. O que fica de fora são os dramas cotidianos daqueles que precisam sobreviver em um país que lhes nega oportunidade.