Um dos números mais devastadores do Censo 2000 do IBGE foram os relativos à taxa de desemprego no país: 15,04%. O governo se fez de morto a esse respeito e muitos analistas ficaram surpresos, até porque o IBGE utiliza uma metodologia diferente do Dieese.

O IBGE considera apenas o chamado desemprego aberto (contabiliza o número de pessoas que procuraram emprego em um período determinado anterior á pesquisa). O Dieese considera o desemprego aberto, o oculto por desalento e o oculto por trabalho precário (o popular bico).

O Censo do IBGE não conseguiu esconder a tragédia do desemprego nas regiões mais pobres do nordeste e norte do país. Por exemplo, no Amazonas e no Amapá de cada 100 trabalhadores, 22 estão procurando emprego.

Em outro exemplo de como a operação do governo não resistiu 15 dias veio a recente divulgação dos números do Dieese. Eles mostraram que na Grande São Paulo o desemprego subiu de 17,7% (abril de 2001) para 20,4% (abril de 2002). Hoje, são 1,904 milhão de trabalhadores desempregados.

Nas estatísticas do Dieese é o maior índice percentual já registrado desde 1985, quando essas pesquisas começaram a ser feitas pelo Instituto.

Seja pelos critérios do IBGE ou os do Dieese, chama a atenção que o desemprego aumenta, apresentando números “argentinos” (20% na Grande São Paulo pelo Dieese, 15% no país pelo Censo do IBGE, 23% na Argentina segundo estimativas oficiais). Pouca gente parece ter notado essa semelhança com o país vizinho… Ou, pelo menos, faz questão de não notar