Redação

O deputado petista Paulo Pimenta, vice-presidente da CPI do Mensalão, reuniu-se na garagem do Senado com o empresário Marcos Valério, na madrugada do dia 10 de agosto, logo após a sessão da CPI. O encontro suspeito ocorreu em um carro e foi flagrado e denunciada pelo deputado Júlio Redecker, do PSDB.

Apenas algumas horas depois, na manhã do dia 10, teve início mais uma rodada da CPI, na qual Pimenta surgiu com uma lista de nomes de sacadores das contas de Valério. Pimenta disse ter recebido a lista do próprio publicitário. A suspeita lista trazia nomes de políticos, principalmente do PSDB mineiro, que haviam sido financiados em 1998 pelo empresário.

A lista que Paulo Pimenta divulgou tinha cerca de 90 nomes e mencionava políticos ligados a 15 partidos (PSDB, PTB, PSN, PSD, PL, PST, PMN, PPS, PSC, PPB, PDT, PSB, PFL, PRN, PSL) e valores recebidos na campanha de 1998. Por outro lado, só um deputado do PT, o mineiro João Fassarella, é citado. Cinco saques do PT, no valor de R$ 850 mil, têm as datas, mas não têm os nomes dos petistas.

Com a história esquisita contada por Pimenta, que não explicava direito como recebera a lista do empresário, Paulo Pimenta foi denunciado por quebra de decoro parlamentar, por ter combinado informações com Marcos Valério.

Outros indícios apontam que há um operativo para falsificar provas e confundir as investigações. Segundo foi noticiado no Jornal Nacional, a Polícia Federal descobriu, ao periciar os arquivos que registram a movimentação financeira de Valério no Banco Rural, que várias informações foram adulteradas. O Banco Rural teria incluído mais 39 mil movimentações nos registros. Suspeita-se que as movimentações financeiras que foram inseridas serviriam para ajudar Valério nas explicações sobre a origem do dinheiro repassado aos políticos.

Há envolvidos e investigados estão por todos os lados. Todos querem salvar sua pele para as eleições de 2006. Desde o PT e o governo Lula até a oposição de direita, todos são suspeitos e têm interesse em fraudar provas, garantir que as investigações terminem em pizza e que seja preservada a governabilidade.