Ivan Valente (PT-SP) praticamente não conseguiu fazer seu pronunciamento finalO painel sobre reforma da Previdência, realizado na manhã desta quinta-feira, foi marcado pelo debate sobre a melhor forma de combater o projeto de reforma enviado pelo governo Lula ao Congresso Nacional. Apesar da falta de informações sobre os locais onde ocorreriam os painéis e do fato de que a maioria das delegações ainda não tinha chegado a Goiânia, o painel sobre a reforma foi um dos mais disputados, com cerca de 400 estudantes na platéia.

Na mesa, estavam Luis Carlos Lucas (Andes), Jamil Murad (PCdoB), o deputado federal Ivan Valente (PT-SP) e Rogério Marzolla (Fasubra / PSTU). Nas intervenções iniciais todos foram unânimes em denunciar esta reforma como desastrosa para os trabalhadores e defenderam a necessidade de mobilizar os trabalhadores. Rogério Marzolla apontou o ato de Brasília e a convocação da greve do dia 8 como formas de concretizar esta mobilização. O Presidente da ANDES-SN, Luis Carlos Lucas, alertou que a universidade vai pagar caro com a reforma. “Haverá uma debandada dos professores para as universidades privadas. Lá eles poderão ganhar 2 ou 3 vezes mais e se aposentar melhor“.

As diferenças entre os integrantes da mesa e no plenário começaram a ficar mais claras durante sua intervenção de Rogério, que lembrou que o governo, através de declarações de José Dirceu, já afirmou que não irá arquivar a proposta de reforma, como exigem as entidades do funcionalismo. Rogério criticou a política defendida pelo PCdoB e por setores do PT de que a luta contra a reforma passa pela apresentação de emendas em vez de rejeitar o projeto de conjunto e questionou se os parlamentares irão ou não votar na PEC. Como exemplo, citou o voto favorável de Inácio Arruda na Comissão de Constituição e Justiça do Congresso e perguntou a seu colega de partido na mesa, Jamil Murad, se Inácio irá mudar ou não o voto.

Apesar da polêmica, as intervenções foram no sentido de não aprofundar o tema. O deputado Ivan Valente, que defende a política de emendas, evitou falar até sobre a sua “expulsão“ da comissão do congresso, noticiada em todos os jornais desta quinta-feira. Valente era membro da comissão que analisa o projeto da reforma e foi transferido para a suplência pelo líder do PT e seu companheiro da tendência Força Socialista, Nelson Pellegrino. Um amplo setor do plenário mostrou-se favorável a rejeição da PEC em sua íntegra e praticamente não deixou Ivan Valente fazer seu pronunciamento final, vaiando-o a todo momento.