O ato em defesa das liberdades democráticas e pelo arquivamento do processo dos 13 ativistas presos no protesto contra Obama acontece, coincidentemente, 47 anos após o golpe de Estado que instalou uma ditadura militar no país.

Várias falas, porém, lembraram que o tempo não eliminou os resquícios autoritários daquela época. Muito pelo contrário, em pleno Século XXI, figuras de destaque nacional se vêem à vontade de ir a público e declarar seu apreço pelos ditadores. A deputada estadual Janira Rocha (PSOL) fez questão de, no ato, denunciar os ataques racistas e homofóbicos do deputado federal Jair Bolsonaro (PP), reconhecido representante da ultra-direita.

Bolsonaro causou indignação ao proferir falas que, além de fazerem ode à ditadura militar, atacava gays e negros, no programa de humor CQC. “Tenho que falar nisso, pois hoje uma discussão que durou todo o dia na Assembleia Legislativa foi o filho de Bolsonaro, que é deputado estadual, defender o pai”, declarou a deputada.

Segundo ela, Flávio Bolsonaro defende a tese de que seu pai não havia entendido a pergunta no qual é acusado de racismo. Ao ser questionado pela filha de Gilberto Gil, Preta Gil, sobre sua atitude caso seu filho se apaixonasse por uma negra, Bolsonaro respondeu que não permitira tal “promiscuidade”. Flávio disse que seu pai havia entendido que a pergunta se referia à possibilidade de seu filho se apaixonasse “por um gay´.

“Como se for homofóbico fosse melhor que ser racista; ele disse isso porque sabe que homofobia ainda não é crime, enquanto racismo é”, explicou a deputada, lembrando que a luta contra a homofobia, o racismo e o fascismo tem que fazer parte dessa luta geral contra a criminalização dos movimentos sociais e pelas liberdades democráticas.

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