Biro-Biro e Rogerinho falam aos trabalhadores da Volks
Wladimir Souza

Representantes de entidades e ativistas estiveram em frente à fábrica da Volkswagen, no dia 6, para protestar contra a demissão dos sindicalistas Biro-Biro e Rogerinho e exigir a reintegração dos mesmos ao quadro da empresa. Os manifestantes falaram e entregaram panfletos aos trabalhadores que saíam da fábrica e aplaudiam o ato. Foi denunciada, também, a demissões de operários lesionados em função do trabalho e de outros que seguem trabalhando mesmo doentes, através da alta programada.

Representando a Coordenação Nacional de Lutas, Zé Maria fez uma chamado a que todos os trabalhadores e entidades – inclusive o sindicato dos metalúrgicos do ABC – a “cerrar fileiras em defesa da estabilidade no emprego dos dirigentes sindicais, na luta contra as demissões que estão ocorrendo na fábrica, porque isso é a defesa dos interesses e dos direitos do conjunto dos trabalhadores da Volkswagen e do conjunto da classe trabalhadora brasileira”. “Nós não podemos continuar permitindo que multinacionais como essa venham lá da Alemanha espoliar os trabalhadores aqui do Brasil, desrespeitar os direitos, que estão garantidos na legislação, apenas para aumentar o seu lucro”, completou.

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligada à Articulação, corrente majoritária do PT, não compareceu à atividade, que teve de ser realizada com a solidariedade e o apoio do sindicato dos Metalúrgicos de são José dos Campos. Biro-Biro, um dos diretores do sindicato demitido, disse que aguarda até hoje uma resposta de apoio por parte do restante da direção. “A minha entidade falou que não podia fazer nada, que era uma norma da empresa, que eles [diretores] iam tentar entrar em contato com a empresa, aí fica difícil”, disse.

“Vamos denunciar a forma como a empresa vem demitindo companheiros lesionados e o desrespeito à organização sindical que a Volks vem fazendo”, disse Rogério Romancini, o Rogerinho, demitido em 16 de fevereiro.