Zé Maria fala à imprensa
Rodrigo Correia

No penúltimo dia da visita de solidariedade da delegação da Conlutas ao Haiti, tivemos, mais uma vez, várias atividades.

Pela manhã, participamos de uma entrevista coletiva, convocada pela Batay Ouvriye, para ouvir a Conlutas sobre a questão do terremoto, solidariedade de classe e a exigência de que as tropas que ocupam o país caribenho se retirem.

Apenas uma rádio e uma TV local compareceram, o que não deixa de ser algo bastante positivo, principalmente pelo fato de, em geral, a mídia querer evitar assuntos espinhosos à classe dominante e pelo feriado religioso da Sexta-Feira Santa.

À noite, por volta das 20h do horário local, tivemos uma agradável surpresa. O canal 11 haitiano transmitiu quase na íntegra a fala do representante da Conlutas José Maria de Almeida, em seu telejornal.

“No Brasil, faz três meses que o governo Lula fala em ajuda ao Haiti. Isso não é verdade. Em todo o tempo que as tropas estão aqui, os militares não construíram uma casa, uma escola ou algo importante para a população”, disse Zé Maria, traduzido em creole aos haitianos pelo companheiro do Batay Ouvriye, Didier Dominique.

“Queremos o fim da ocupação militar e que o Brasil utilize o dinheiro que gasta com o efetivo militar para fornecer verdadeira ajuda humanitária, com médicos, enfermeiros, construtores e assim por diante”.

Epicentro do terremoto
Depois do almoço, fomos até Leogane (30 km a oeste de Porto Príncipe), região do epicentro do terremoto de 12 de janeiro.

Novamente, para todos os lados que olhamos, observa-se aquilo que já me referi, em um post anterior, como cenário de guerra.

Com a destruição das casas, o povo tem que morar em barracas. É desumano.

“O que me chama a atenção nesta visita da Conlutas ao Haiti é a total ausência do Estado. De modo geral, a população depende, única e exclusivamente, de suas próprias forças”, disse o diretor do Andes e membro da delegação Elvio Mariano.

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