A GM Brasil está incluída nas negociações que envolvem venda de marcas e reestruturação. Existe uma ofensiva da Fiat e há possibilidade de fusão entre as empresas. Isso levaria inevitavelmente ao fechamento de fábricas, demissões e redução de salários e direitos.

Temos que organizar nesses próximos dias uma campanha de denúncia. Exigir o fim das negociações secretas e que os interesses dos trabalhadores sejam garantidos.

Frente a esta crise da GM, defendemos a estatização da empresa. Os defensores do capitalismo dizem que isso é impossível, que o mundo vai acabar, que o fundamental é o livre mercado. Essa reação agora está cada vez mais desmoralizada, pois os governos imperialistas estão sendo obrigados a nacionalizar várias empresas, incluindo a própria GM por Obama.

Mas esse tipo de nacionalização é oposta à que nós defendemos. Nós queremos a estatização das empresas sem indenização e sob controle dos trabalhadores. Não para salvar a burguesia, mas para romper com ela e colocar a fábrica sob controle dos trabalhadores, sem ataques aos seus direitos e salários.

Porém, dizem os propagandistas do capitalismo, não vai haver capital para investimentos. Isso é uma mentira evidente. As automobilísticas no Brasil não recebem capital de fora. Ao contrário, nos últimos três anos, as montadoras juntas já enviaram cerca de US$ 9 bilhões ao exterior.

E a tecnologia? Seríamos obrigados a produzir carroças, dizem os capitalistas. Tampouco isso é verdade. A tecnologia flex, que permite aos motores utilizarem álcool ou gasolina, é uma invenção nacional.

Aqui no Brasil, a GM dá lucro, tem tecnologia própria, um forte setor de engenharia e carro com motor flex, um dos mais modernos. Não queremos continuar produzindo para enviar dividendos à matriz. É preciso acabar com a sangria. Exigimos do governo Lula a nacionalização da empresa.

Frente aos ataques que estão vindo, é necessária a unidade dos trabalhadores da GM no Brasil. É preciso urgentemente uma reunião de todos os sindicatos e centrais que atuam na GM para discutir uma posição comum frente aos direitos dos trabalhadores ameaçados e traçar um plano de ação e luta para o próximo período, que será decisivo.

Entendemos que podemos a partir do Brasil, pelo papel que tem na organização global da GM, convocar um encontro internacional dos trabalhadores das montadoras. Estendemos esse chamado aos trabalhadores das montadoras, atingidos pela reestruturação, para organizar um plano de lutas comum.

Post author Luiz Carlos Prates “Mancha”, da Direção Nacional do PSTU
Publication Date