PSTU-RN

A não reeleição da companheira Amanda Gurgel para vereadora em Natal foi uma derrota dos trabalhadores da cidade. Esta derrota se deve a uma legislação eleitoral restritiva, permeada pela corrupção generalizada que transformou as eleições num jogo de cartas marcadas.

Mesmo assim, se houvesse democracia, Amanda estaria reeleita porque obteve 8.002 votos que, somados à votação dos candidatos do PSTU, alcançou 10.305 votos, votação equivalente à do vereador mais votado na cidade e faltando 2 mil votos para alcançar o quociente eleitoral.

O PSTU se orgulha do mandato de Amanda Gurgel durante os últimos 4 anos porque foi exemplar na defesa dos trabalhadores e na integridade moral.

A conjuntura destas eleições foi muito diferente da conjuntura de 2012, onde Amanda foi um fenômeno eleitoral. Estas eleições se deram sob o signo de uma ruptura da classe trabalhadora brasileira com o PT, que decepcionou o povo brasileiro e foi duramente castigado nestas eleições. Esse desserviço que o PT fez com a esquerda brasileira influenciou negativamente o resultado destas eleições e foi determinante para que houvesse uma abstenção recorde, que somada aos votos nulos e brancos, ultrapassou a quantidade de votos dados aos candidatos na maioria das capitais.

Também pesou neste resultado a ruptura equivocada de Amanda Gurgel e do MAIS com o PSTU a um mês do início das eleições. Amanda foi para a imprensa burguesa expor publicamente a divisão (sendo que o PSTU agiu diferente, permaneceu calado, preferindo não alimentar esta discussão na imprensa). Esta divisão pública fragilizou o PSTU e a nova organização que surgiu desta ruptura, quando mais deveríamos estar unidos para enfrentar uma campanha eleitoral desigual e reeleger Amanda para seu segundo mandato. Essa ruptura impossibilitou que toda a militância pudesse se unir para fazer a campanha da Amanda.

O PSTU fez a campanha para os candidatos do PSTU, e não poderia ser de outra forma. Mesmo assim, o PSTU cedeu legenda e disponibilizou metade do seu pouquíssimo tempo de TV para a companheira. O que os camaradas queriam mais? Amanda rompeu com PSTU antes das eleições. Não tem sentido, portanto, que ela ou a sua organização, queiram responsabilizar o PSTU pela não reeleição.

Por fim, queríamos nos referir a possibilidade de aliança do PSTU com o PSOL nestas eleições. Ninguém no PSTU, nem mesmo Amanda, defendeu realizar uma frente eleitoral com o PSOL na chapa de vereadores. Ela, como todos nós, defendemos lançar chapa própria do partido. Portanto, se o MAIS quer criticar esta política precisa ser honesto e começar com uma autocrítica. O debate que havia era sobre coligação para prefeito.

Neste caso, a política de alianças do PSTU é definida em base a critérios políticos e programáticos. Nossas alianças não são feitas em função de garantir a eleição de parlamentares a qualquer custo. Este é o critério dos partidos tradicionais que sempre criticamos, e inclusive do PT que se coligou com partidos da burguesia para chegar ao poder. Vimos aonde terminou este filme e devemos extrair as lições destes erros para que não cometamos novamente.

Natal, 5 de outubro de 2016
Direção Municipal do PSTU de Natal