``AtoAnte o brutal atentado que matou 201 pessoas e deixou 1.421 feridos queremos manifestar, em primeiro lugar, a mais completa solidariedade com todas as vítimas. Foi um atentado a um meio de transporte usado diariamente por milhões de trabalhadores, por imigrantes e estudantes que vão para o trabalho e escolas. Gente humilde que mora em bairros e cidades com longa tradição de luta operária e popular.
Condenamos, portanto, o atentado canalha que atingiu trabalhadores e trabalhadoras, muitos deles imigrantes. Seus autores utilizaram o método próprio dos fascistas. Esse tipo de ação, seja ela patrocinada pela direita ou por grupos terroristas islâmicos, somente fortalece a política de guerra contra os povos de Aznar, Bush e Blair. Felizmente o sentimento de repúdio da população espanhola contra essa política impediu que isso acontecesse.

O governo Aznar e seu partido, o PP (Partido Popular) são sustentáculos na Europa, junto com Blair, da intervenção militar no Iraque promovida pelo governo Bush. Esses governos colocam os seus países na guerra e são os trabalhadores que sofrem as conseqüências. Eles são os verdadeiros responsáveis por toda esta situação. O governo Aznar tentou tirar proveito eleitoral dessa situação para fortalecer o seu candidato, Mariano Rajoy, escondendo e manipulando informações, como, por exemplo, tentando atribuir desde o inicio a responsabilidade ao ETA pelos atentados.

Contudo, Aznar e seu candidato amargaram uma profunda derrota eleitoral, como prova da insatisfação da população espanhola diante de sua adesão a guerra e a ocupação do Iraque. Dias antes das eleições a população protagonizou imensas passeatas sob o lema de “a verdade antes de votar”. Protestos também foram realizadas em frente a sede nacional do PP onde manifestantes gritavam “ Nossos mortos vossa guerra” em repúdio a política de Aznar. A derrota eleitoral do PP também foi uma derrota dos governos imperialistas de Bush e Blair que tentam recolonizar o mundo.

Os votos dirigidos ao PSOE expressaram a esperança de que o futuro governo não venha ser mais um aliado de Bush e Blair na ocupação do Iraque. No entanto, as declarações feitas pelo candidato socialista, José Rodriguez Zapatero, depois de anunciada sua vitória eleitoral, afirmando que sua principal prioridade será o combate ao terrorismo, já significam que seu governo pretende manter a política de guerra contra os povos, com Bush e Blair, e não merece nenhuma confiança.

A solidariedade com as vítimas não pode significar nenhum apoio a esses governos. Ao contrário, precisamos rechaçar a guerra imperialista e os governos que a patrocinam. Por isso no dia 20 de março, dia internacional de luta contra a guerra, devemos sair às ruas para exigir o fim da ocupação imperialista no Iraque e a retirada imediata das tropas.
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