`Cromafoto`Os 20 grupos de discussão que abriram o segundo dia do Conat tiveram como maior saldo a democracia. Todas as posições tiveram espaço garantido, desde as defendidas pela ampla maioria até as minoritárias. Cada proposta foi debatida, e as diferentes posições, levadas à votação.

Esse aspecto deve ser destacado, pois há muito os trabalhadores de base perderam espaço nos fóruns das entidades burocratizadas, especialmente na CUT e nos sindicatos dirigidos pela central. Aqui, cada trabalhador teve a oportunidade de falar, de expor suas posições, democraticamente.

Com muita disposição, ativistas de várias regiões do país e do mundo manifestaram opiniões veementemente contrárias à tática imperialista para o seu projeto de recolonização, como o repúdio à presença das tropas norte-americanas no Iraque. “Os debates têm sido muito produtivos e muito bem colocados, até porque a grandeza da equipe intelectual em termos de conhecimento, em atualidade é muito boa, além da diversificação. Estão todos de parabéns”, declarou Walter Ferreira, do Sindjustiça do Rio de Janeiro.

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Polêmicas também não faltaram. A atual conjuntura política na América Latina, por exemplo, dividiu opiniões. Dentre os pontos mais acalorados, estavam a nova situação desprendida após o decreto de Evo Morales (Bolívia) sobre a nacionalização dos hidrocarbonetos (petróleo e gás) e a ocupação do Haiti pelo exército brasileiro.

Majoritariamente, os participantes dos grupos acreditam que é necessário apoiar a luta do povo boliviano pela nacionalização do petróleo e o gás e que isso seja feito sem indenização. Já com relação ao Haiti, a maioria acredita que deve haver exigência ao governo Lula para a retirada das tropas brasileiras daquele país.

Em nível nacional, principal debate foi sobre a conformação de uma frente classista para as eleições presidenciais de outubro. Embora esse tema não deva ser votado na plenária final, o assunto é de interesse dos trabalhadores, pois tem a ver com as políticas para a classe nos próximos quatro anos.

Essa polêmica levou a outra discussão: se a Conlutas deve ou não se posicionar politicamente frente às organizações que se representam dentro dela. A ampla maioria acredita que sim, a Conlutas deve, apesar de manter-se autônoma frente aos partidos, deve ter posição política perante os fatos da luta de classes.

As propostas que obtiveram mais de 10% de votos nos grupos serão levadas à apreciação do plenário.