Na manhã deste dia 5, foram apresentados em plenário a avaliação de conjuntura e balanço da CUT pelas diferentes teses.À tarde, iniciou-se os debates em torno das emendas acerca do tema conjuntura nacional. O Congresso está todo polarizado pela questão da reforma da Previdência, que atravessa todos os temas em debate, embora deva ser discutido especificamente nesta sexta, dia 6. O MTS e o bloco Unir a Esquerda da CUT discutiram em plenário várias emendas: “esse governo não é nosso”, defendida por Cyro Garcia, contou com o apoio na votação de setores do Fortalecer a CUT; “fora os ministros burgueses do governo Lula”, defendida por Júnia Gouveia, também foi votada por parcelas do Fortalecer; “pela retirada da CUT do CDES”, defendida por Vera Guasso, também teve grande aceitação. Mancha, presidente do sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, defendeu que o Mercosul não é alternativa à Alca, no que foi contestado pelo PCdoB, que tem atuado em tudo ao lado da Articulação. Agnaldo Fernandes, da Fasubra, defendeu a ruptura com o FMI e o não pagamento da dívida externa.

Dirceu Travesso conseguiu um silêncio total do plenário ao defender a independência e autonomia da CUT frente ao governo, dizendo “Todos aqui falam de autonomia e independência, porém não é isso que vem sendo praticado. O exemplo talvez mais contundente de que a CUT está perdendo sua autonomia e independência, tenha sido o fato de que Luiz Marinho foi indicado para presidi-la pelo Presidente da República. Marinho não foi indicado por esse Congresso, nem mesmo surgiu de qualquer debate na base da Articulação. Nós todos ficamos sabendo de sua candidatura há dois meses atrás, pela imprensa, através da indicação do Presidente Lula. Não temos nada pessoal contra Marinho, mas sabemos que o governo o indica por razões políticas: todos sabemos dos acordos do sindicato dos metalúrgicos do ABC em favor da flexibilização de direitos, como o banco de horas”.

João Felício defendeu contra a emenda, alegando que não poderia constar nos anais da central que o Presidente da República indicou o presidente da CUT. Ele se perdeu no meio da sua defesa e partiu para a desqualificação, dizendo que a emenda defendida por Didi era uma “babaquice”, que não havia porque votar uma coisa que a CUT já era: autônoma e independente. Uma defesa fraca que não conseguiu sequer empolgar sua própria base. Ao final, setores da bancada da Articulação tentaram puxar “Marinho, Marinho…”, mas o coro não decolou. A Articulação em peso votou contra a emenda de Dirceu, porém o mal estar com o “novo” presidente da CUT é visível entre a própria corrente.