Redação

Temer, os governos estaduais e a imprensa burguesa utilizam a aproximação da data do Enem (6 e 7 de novembro) para pressionar as ocupações estudantis. O MEC/Inep publicou uma nota afirmando que quem não puder fazer as provas neste final de semana, terá uma nova chance nos dias 3 e 4 de dezembro. No Ceará, um juiz entrou com um pedido de adiamento geral da prova, que só será avaliado na sexta-feira.

Mas quem são os responsáveis por essa situação?

O que está em jogo
O governo alega estar preocupado com a realização do Enem. Mas uma solução possível seria o governo atender as reivindicações das ocupações, retirando a reforma do Ensino Médio e a PEC 241. Ou ainda adiar o Enem ou mudar os locais da prova. Enfim, solução tem, mas o governo quer mesmo é usar esse tema para tentar desmoralizar a justa luta dos estudantes.

Vivemos a maior onda de lutas estudantis dos últimos 25 anos. Temer e os governos estaduais sabem disso e têm medo. Para aplicar o ajuste fiscal cobrado pelos banqueiros internacionais, o governo tem tomado várias medidas para criminalizar e derrotar a luta. Mas não serão bem-sucedidos se não mudarem a opinião pública, hoje amplamente favorável às lutas estudantis. O debate que fazem sobre o Enem é parte de um pacote que inclui desde repressão policial até ameaças de multas milionárias aos pais dos ocupantes, como tem ocorrido em vários estados.

Os estudantes têm se proposto a abrir as escolas, sem acabar com as ocupações, para a realização da prova. No Paraná, por exemplo, essa possibilidade foi recusada pelos representantes dos poderosos em vários locais. E na realidade, o governo Beto Richa (PSDB) vêm usando de todas as medidas para acabar com a luta, lamentavelmente ajudado pela UBES e UNE.

Novembro é mês de muita luta e os poderosos querem impedir que o movimento estudantil permaneça firme e se unifique com os trabalhadores nos dias 11, 25 e nas Marchas da Periferia, rumo à greve geral. Neste momento, mais do que nunca, manter a ofensiva contra todos que nos atacam é a nossa tarefa.

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Quem defende a Educação
Tanto o presidente, quanto o Judiciário, querem parecer preocupados com os direitos da juventude.  É muita cara de pau!

PMDB, PSDB, PT e seus amigos fizeram muito pouco ou nada para melhorar o ensino no país. Todos conhecemos a situação das escolas públicas no Brasil. Elas não preparam a maioria dos estudantes para tirar boas notas no Enem porque falta tudo:  laboratórios, computadores, professores. Por outro lado, sobram insegurança, salas sem ventilação adequada, professores mal remunerados…

Além disso, a universidade é um objetivo muito distante para a maioria da juventude. As públicas têm o crivo estreito do próprio Enem e do vestibular. Nas instituições privadas, o corte no FIES feito por Dilma e Temer, junto ao crescente desemprego e as mensalidades caríssimas, fizeram cair brutalmente o número de ingressantes neste ano.

Para piorar, a PEC 55 (antiga 241) propõe congelar por 20 anos o investimento na área. O MEC anunciou uma reforma do Ensino Médio que não resolve nenhum problema do que estudam e trabalham e o corte de 45% do orçamento das universidades federais em 2017. Por fim, querem pôr uma mordaça nos estudantes e professores com o projeto Escola Sem Partido.

Portanto, lutar pelo direito à educação é combater todos esses ataques. E mais: é lutar contra a privatização das escolas e universidades, pelo fim do vestibular e Enem, permitindo o livre acesso a todos e todas que queiram estudar.

É nesse sentido que caminha a luta das milhares de ocupações país afora.

Por Israel Luz e Mandi Coelho, da Juventude do PSTU