A burguesia brasileira já está se preparando para essa crise. E já quer atacar os salários dos trabalhadores, como se a recessão já existisse. Vão utilizar o agravamento da crise como desculpa para não conceder reajustes salariais. O governo ajuda a grande burguesia ao atacar os reajustes salariais. O ministro Guido Mantega disse “o momento não é o ideal” para pedir aumentos salariais.

Mas o país continua crescendo, e os lucros das grandes empresas seguem batendo todos os recordes. Em 2010, as 500 maiores empresas sediadas no Brasil alcançaram em vendas US$ 1,3 trilhão de dólares, um crescimento de 9,5%. Os bancos, por sua vez, continuam batendo todos os recordes de lucros. Recordes que continuarão sendo quebrados, pois, assim como Lula, o governo Dilma aumenta as taxas de juros para supostamente “proteger” o Brasil da crise.

Dilma também continua atuando em socorro aos empresários. Recentemente o governo lançou um conjunto de benefícios à indústria, através do programa Brasil Maior, que inclui isenções (de até R$ 25 bi), subsídios e financiamentos do BNDES.

No início do ano, Dilma também promoveu um mega corte no orçamento. Quase a metade (49,15%) será destinada ao pagamento da dívida pública. Todo esse dinheiro vem da verba que seria destinado à educação, saúde, reforma agrária, habitação, cultura etc.
Por fim, no último dia 15, Dilma vetou a emenda que previa aumento aos aposentados. A emenda garantiria recursos para um reajuste real aos cerca de 9 milhões de aposentados que recebem benefícios acima de um salário mínimo. Os aposentados que recebem acima do mínimo, devem ter apenas a reposição da inflação, ou 6%.

Como se vê, a crise nem mesmo chegou ao país. Mas a burguesia e o governo Dilma já começam a despejar os seus custos sobre as costas dos trabalhadores.

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