No dia 2 de abril o DCE da Universidade Federal de Goiás realizou um Conselho de Entidades de Base. Os pontos de pauta centrais era a discussão sobre o projeto de Lei Orgânica e os Rumos do Movimento estudantil. A diretoria do DCE-UFG não tinha acordo total com o ponto “os rumos do movimento estudantil“, principalmente em relação à Coordenação de Luta dos Estudantes (Conlute). Então, com a convocatória do CEB, foram em anexo dois textos, cada um expressando uma posição. Todos os Centros acadêmicos tiveram assim a oportunidade de discutir os diferentes pontos de vista sobre a questão da CONLUTE que se expressam dentro da diretoria do DCE-UFG.

O CEB teve início às 14h30 e terminou com violentas polêmicas às 20h30. O quórum foi bastante siginificativo, com 26 CAs credenciados e a maioria das correntes que atuam no movimento estudantil nacional presentes (PSTU, P-SOL, PT, PCdoB, PCB, MEPR, Anarquistas), além de muitos estudantes independentes. Diretores da UNE e da UEE-GO também compareceram.

No ponto sobre a reforma Universitária, depois de muitos debates, tanto dos que são contrários como dos que estão a favor da reforma, a maioria absoluta dos CAs reafirmou a posição do último CEB, contrária à proposta do Governo, que tem como complemento o projeto de Lei Orgânica.

No ponto sobre movimento estudantil, a maioria absoluta dos CAs votou pela ruptura com a UNE, o entendimento que a UNE não serve mais como instrumento de lutas e sua total adaptação ao governo e ao Estado foi claramente rechaçada na maioria das falas.

Nesse mesmo ponto, uma outra discussão importante foi a relação do DCE-UFG com a Conlute. A maioria absoluta das correntes políticas que estavam presentes foram contra a entrada do DCE-UFG na Conlute, desde a UJS e a Articulação até os anaquistas. Claro que por razões diferentes. Os anarquistas consideram que o DCE-UFG não deve entrar na Conlute porque são contra qualquer tipo de organização. As outras correntes por puro oportunismo e pela indisposição de romper com a UNE, até o P-SOL que fez uma chapa disputando as últimas eleições do DCE-UFG junto com o MEPR e em sua carta programa defendiam a ruptura com a UNE de forma muito categorica, foram ao microfone que não era bem assim, que não é hora de romper com a UNE e muito menos de entrar na CONLUTE, porque ‘é coisa do PSTU’.

Os Cas, os membros da CONLUTE e vários estudantes independentes que defenderam a CONLUTE no CEB fizeram intervenções no sentido de esclarecer aos CAs que a CONLUTE não é um processo acabado, não é uma entidade, que ainda é um processo em construção, que ajuda no processo de reorganização do movimento estudantil, contribui na construção de uma alternativa de lutas por fora da UNE e que romper com a UNE não basta, por isso é preciso que o DCE-UFG continue na CONLUTE com a disposição de unificar todos aqueles que querem romper com a UNE e organizar as lutas, mesmo que seja preciso construir algo maior e mais amplo que a propria CONLUTE. Chamando ainda correntes que estão contra a reforma Universitária mas ainda estão dentro da UNE (como o P-SOL e a esquerda do PT), a romper com a UNE!

Dessa forma a maioria dos CAs considerou que o DCE-UFG ainda deve fazer parte da CONLUTE e espera a construção de um encontro paralelo ao Conune, que será em Goiânia. O CEB em Goiânia mostrou uma grande vitória do movimento estudantil, mas mostrou uma outra coisa importante que temos que considerar, a maioria dos integrantes do DCE-UFG e vários CAs que votaram contra a CONLUTE apresentou um argumento que achamos justo: O medo de que a Conlute possa se tornar uma nova entidade burocratizada e imobilista como a UNE. Achamos justo, pois tantos anos de descepção com os congressos da UNE e com as posições da direção majoritára da UNE deixam essa descofiança no ar. Por isso, é muito importante que todas as entidades e estudantes que estão hoje construindo a CONLUTE possam lembrar sempre que precisamos construir uma alternativa democrática e de lutas!