As imagens de crianças libanesas mortas pelos bombardeios israelenses chocaram os trabalhadores brasileiros.

Israel é uma fortaleza armada até os dentes pelo imperialismo para controlar a região do Oriente Médio. Montou-se um Estado roubando as terras palestinas e atacando com métodos fascistas toda resistência local. Israel tem ainda o apoio da maioria absoluta dos governos de todo o mundo.

E conta também com a cumplicidade da imprensa mundial, que descreve a resistência palestina e libanesa como “terrorismo” e os ataques fascistas de Israel como “legítimo direito de defesa”. É como se fosse um ladrão com uma metralhadora atacando um trabalhador que se defende com pedras. Pela ótica da grande imprensa, o ladrão teria o “legítimo direito de defesa” de metralhar o trabalhador que, com atitudes “terroristas”, ameaçava o ladrão com uma pedra.

Mesmo as mentiras contadas todos os dias pelos mais importantes meios de comunicação têm seus limites. As imagens das crianças libanesas mortas não se enquadravam nesse figurino da imprensa. Mais ainda quando sete brasileiros foram também mortos, entre eles um menino de sete anos.

O governo Lula passou dias e dias sem se pronunciar perante os bombardeios israelenses, a não ser pela organização do resgate dos brasileiros no Líbano. Por fim, disse que “existe irresponsabilidade dos dois lados”, condenando os atos “terroristas” e os ataques de Israel.

Exigimos a imediata retirada das tropas israelenses do Líbano. Chamamos todos os sindicatos e entidades estudantis e populares, assim como os partidos da Frente de Esquerda e seus candidatos, a organizarmos atos pela retirada das tropas israelenses em todo o país.

A agressão israelense está encontrando uma resistência que não esperava. No sul do Líbano está se enfrentando com a guerrilha do Hizbollah, com o apoio de amplas camadas populares da região. Isso está levando o imperialismo a levantar a hipótese de ocupação do país com tropas da OTAN.

O ladrão encontrou um trabalhador com algo mais do que pedras nas mãos e, mais ainda, com o apoio geral da população. A possibilidade de intervenção da OTAN seria o reconhecimento de que Israel não consegue sozinho desarmar e derrotar o Hizbollah. Buscaria assim, o apoio de outras quadrilhas de ladrões e mais metralhadoras para fazer a mesma coisa.
Nós estamos de um lado nesta luta. Defendemos a vitória do Hizbollah, apesar de não depositarmos nenhuma confiança nesta organização. E defendemos uma Palestina laica, democrática e não racista.

Post author Editorial do Opinião Socialista 267
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