Ideia da marcha contra a homofobia surgiu em grupo do FacebookNo último sábado, 19, uma marcha na Avenida Paulista reuniu cerca de 1.500 pessoas para condenar a violência aos homossexuais e exigir a aprovação da do Projeto de Lei 122/2006, que criminaliza a homofobia. A história desta Marcha teve início no final do ano passado, pouco depois de as câmeras de segurança de um prédio, na altura do número 777 da Avenida Paulista, registrarem o vergonhoso e covarde ataque contra um grupo de homossexuais. Na sequência, uma declaração reacionária de um dirigente da Universidade Mackenzie contra o PLC e um ato homofóbico numa rede de lojas serviram como estopim e pólvora para que um grupo surgido no Facebook (“Ato Anti-homofobia”) detonasse o processo que resultou na Marcha do dia 19.

Como lembrou o historiador Augusto Patrini, um dos organizadores da comunidade do Facebook, “nós formamos o grupo imediatamente após o ato contra o chanceler do Mackenzie, que contou com umas 300 pessoas, e quase imediatamente a comunidade já tinha 1.600 membros. Esse foi o povo que começou a convocar o ‘beijaço´, em dezembro, na Ofner. E de lá pra cá, não só crescemos em número, como também sentimos a necessidade de sairmos pras ruas”.

Sérgio Koei

Tendo sido ele próprio vítima de um ataque homofóbico, Augusto comemorava o sucesso da Marcha, destacando não só sua importância política, “como uma resposta aos fascistas de plantão”, mas também porque a “Marcha está demonstrando que a rede virtual pode, também, ser um local de articulação política, como já vimos, inclusive, no caso da luta pela aprovação da união civil, na Argentina, e numa situação ainda mais explosiva, no Egito”.

A opinião é compartilhada por outro dos fundadores do “Ato Anti-homofobia” no Facebook, André Leal, que destacou que “a Marcha é uma demonstração de que é possível usar o meio virtual para atuar sobre a realidade; é possível dar mais visibilidade às causas sociais através de instrumentos como o Facebook. Num contexto e numa proporção completamente diferentes, foi a mesma coisa que vimos nos Egito: lá, a transmissão de um vídeo com um protesto isolado, ganhou a internet e a mobilização na rede potencializou a indignação nas ruas; aqui, também, usamos o Facebook para dar visibilidade e potencializar nosso movimento”.

Por fim, André lembrou que “é preciso dar continuidade à luta. Nossa pauta mais importante é a aprovação do PLC e a ideia é continuar usando todos instrumentos, inclusive a internet, para promover intervenções em espaços simbólicos, até que a lei que criminaliza a homofobia e demais formas de discriminação seja aprovada”.