Um trabalhador paulista só pode se indignar com o que passa no país. Andar nas ruas, ir ao trabalho, se transformou em um perigo à sua vida, em meio a cidade dominada pelos bandidos. O governo do estado (PSDB-PFL) e o governo federal do PT são responsáveis pelos motivos sociais que possibilitaram essa tragédia, e a insegurança atual.

O mesmo trabalhador olha para o Congresso, e vê a denúncia de 170 deputados “sanguessugas”, um terço do total, que recebiam propinas para
incluir no orçamento a compra de ambulâncias superfaturadas.

O PT e o PSDB-PFL, nesse caso também defendem as mesmas posições: abafar mais este escândalo. Assim, os ladrões das ruas de São Paulo e do Congresso em Brasília têm grandes chances de acabarem impunes.

O governo Lula, por sua vez,eleito com o apoio dos trabalhadores, está propondo para este Congresso de sanguessugas a votação de um Projeto de Lei, o “Super simples”, que acaba com o décimo terceiro salário, as férias e a regularidade mensal dos salários dos trabalhadores das pequenas e micro empresas. Esse é o regime “democrático” que o grande capital afirma ser a maravilha das maravilhas.

Estes fatos levam a um distanciamento cada vez maior entre os trabalhadores e os partidos desse regime. E isso é absolutamente justo. Mas não pode ser que fiquemos reduzidos a passividade, vendo a situação ir de mal a muito pior. É preciso que os trabalhadores construam as suas próprias ferramentas de luta, para apontar algo radicalmente diferente de tudo o que está aí. É preciso passar a ação.

Por este motivo, está surgindo no horizonte uma nova direção para as lutas dos trabalhadores, a Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) que acaba de realizar seu congresso. Esta nova entidade já está apresentando uma campanha nacional contra o Super Simples.

No plano eleitoral, o PSTU está propondo ao PSOL e ao PCB uma frente eleitoral classista e socialista para as eleições de outubro, com um programa de ruptura com tudo o que está aí. Defendemos que essa frente deverá ter seu programa e suas candidaturas definidas em um encontro nacional, para a que a base possa decidir sobre estas questões.
Post author Editorial do Opinião Socialista 258
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