Foi notícia em todos os jornais a intenção do relator do Orçamento de 2016 no Congresso, deputado Ricardo Barros (PP-PR), cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família como parte do ajuste fiscal. O argumento do deputado é que, como o programa tem alta rotatividade, seria possível cortar o benefício às novas famílias, o que ajudaria o governo Dilma a cumprir a meta de superávit (a economia do governo para pagar os juros da dívida). O deputado resume da seguinte forma a medida: “Quero votar um Orçamento em que o mercado acredite”. 
 
Apesar de gente do governo ter dito que a medida não irá adiante, o que o deputado do PP sugere é que o próprio governo já faz na prática com programas como o Minha Casa, Minha Vida ou o Pronatec. O governo Dilma é o que mais quer um orçamento em que o mercado acredite. E para isso não hesita em cortar das áreas sociais como Saúde e Educação para pagar juros aos banqueiros. Já cortou este ano algo como R$ 90 bilhões e mesmo assim o Orçamento terá déficit no próximo ano. 
 
Isso acontece porque o grande problema do Orçamento da União não são os R$ 28 bilhões do Bolsa Família. O que escoa os nossos recursos é o pagamento da dívida, que leva todos os anos o equivalente a quase metade do nosso Orçamento. Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, só este ano já pagamos R$ 773 bilhões de juros. Todo o gasto com o Bolsa Família durante o ano equivale a apenas 10 dias de pagamento de juros. É um verdadeiro ralo sem fim. Mas esse Bolsa Banqueiro ninguém propõe cortar! Muito pelo contrário, PT, PSDB, PMDB, incluindo o picareta do Cunha, estão todos juntos em favor de ajuste fiscal! Isso significa, em bom português, transferir cada vez mais do nosso dinheiro para os banqueiros.
 
É de um cinismo sem tamanho dizer que o governo gasta demais com Bolsa Família. O governo do PT gasta demais sim, mas é com os banqueiros. É preciso dar um basta nisso! O que temos que cortar é o Bolsa Banqueiro e parar com essa sangria!
 
 
 
 

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