A falência da CUT abre a necessidade da construção de uma nova direção para o movimento`FotoOs sindicatos combativos estão começando a discutir em suas bases a ruptura com a CUT. O que era impensável há alguns anos, hoje é uma necessidade dos setores que querem lutar contra o governo e suas reformas neoliberais.

Assim como apoiaram a reforma da Previdência, as direções da CUT e da Força Sindical apóiam as reformas Sindical e Trabalhista, com as quais o governo espera retirar direitos históricos dos trabalhadores. Ao lado da UNE, apóiam a reforma Universitária. Além disso, a CUT vem traindo os movimentos grevistas para evitar problemas para os patrões e para o governo Lula.

O que aconteceu com a CUT?

A CUT nasceu do resultado de grandes lutas e de movimentos grevistas no final da década de 70 e início da década de 80. Essas mobilizações se chocaram com os pelegos dos sindicatos atrelados aos governos militares. Houve uma reorganização do movimento sindical que culminou no Congresso de Fundação da CUT, em 1983. Esse movimento derrubou os pelegos dos sindicatos na década de 80 quando a Central foi a referência para o grande ascenso grevista. Junto com o PT, a CUT foi uma grande conquista dos trabalhadores no passado.

Mas, com o fim da ditadura, a democracia burguesa foi incorporando as direções do PT e da CUT ao seu projeto. O PT foi se adaptando à institucionalidade com a eleição de vereadores, deputados, prefeitos e governadores. A direção da CUT seguiu pelo mesmo caminho por meio dos acordos com a patronal (Câmaras Setoriais, por exemplo) e das verbas públicas, como as do FAT (Fundo de Apoio ao Trabalhador). Alterando o estatuto, a direção ampliou seu poder, burocratizando a entidade.

No governo Lula, a CUT deu um salto em sua integração ao Estado, com acesso direto às verbas estatais. Hoje cumpre o papel que os pelegos cumpriam no passado. Com a reforma Sindical, as direções da CUT e da Força Sindical esperam obter o poder de negociação e destruir a oposição dos sindicatos de base.

Por tudo isso, existe um repúdio cada vez maior à CUT. Muitos sindicatos pararam de contribuir e outros já romperam com a Central.

Inicia-se um processo de reorganização sindical e uma nova direção começa a se formar ao redor da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), que organizou o protesto vitorioso contra as reformas, no dia 16 de junho, em Brasília, e acaba de marcar para janeiro de 2005 seu segundo Encontro Nacional, no Fórum Social Mundial.

Post author Eduardo Almeida, da redação
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