No ato de Brasília, em frente à embaixada dos EUA, diretores da CUT e da UNE tentaram impedir que a Conlute falasse, mesmo após a reunião preparatória do ato contra a guerra, da qual a Conlute participou, ter acordado que todos os movimentos, organizações e associações falariam na manifestação. Quando a representante do CA de Serviço Social da UnB denunciou o que estava havendo e cedeu parte de seu tempo para que a Conlute pudesse se pronunciar, a truculência dos dirigentes da CUT e da UNE se fez mostrar. Joãozinho, da executiva da CUT-DF, arrancou o microfone da companheira, inclusive ferindo sua mão, enquanto os diretores da UNE gritavam para que se encerrasse o ato naquele momento.

A manobra, que tinha o claro objetivo de calar os que denunciam a política do governo Lula como subserviente ao imperialismo, não foi bem sucedida. Logo em seguida, dezenas de ativistas dos comites de defesa da luta palestina, estudantes e sindicalistas de luta cercaram os governistas aos gritos de “Democracia!“ obrigando-os a concederem a palavra à Conlute, que denunciou as reformas neoliberais de Lula como um serviço sujo prestado à burguesia mundial e ao imperialismo.

Após esse incidente, o mesmo diretor da CUT deixou claro que estão dispostos a romper a unidade da luta contra a guerra de Bush para defender o governo Lula: “No próximo ato, quem for contra o Lula, não fala“.