Os metalúrgicos (as) de São José dos Campos e Região estão diante de um grande ataque. Em maio, um grupo ligado à Articulação Sindical e apoiado pela Embraer “fundou” um sindicato que diz representar os trabalhadores do setor aeroespacial no Estado de São Paulo, o que incluiria os de metalúrgicas como a Embraer. Apoiado pelos trabalhadores, o sindicato dos metalúrgicos está em intensa campanha contra mais esse ataque dos patrões e dos pelegos da CUT.

No dia 15 de agosto, o juiz federal Cleber José Rocha concedeu liminar desautorizando o funcionamento do sindicato fantasma. “Essa foi uma vitória importante. Mas é preciso continuar a mobilização para impedir a criação desse sindicato que tem como único objetivo dividir a luta”, afirmou o presidente do sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Os metalúrgicos repudiaram essa tentativa de divisão em assembléias nas fábricas.
A criação desse sindicato tem à frente um grupo de velhos pelegos rechaçado pela categoria nas três últimas eleições para o sindicato dos metalúrgicos de São José. “Hoje são os metalúrgicos do setor aeroespacial de São José. Amanhã serão os metalúrgicos do setor automotivo, das autopeças. É esse o objetivo: sufocar os sindicatos de luta e abrir caminho para a reforma Sindical e Trabalhista”, afima Mancha.

Canetada
Para colocar essa política em prática, esse grupo tem todo apoio e desfruta de privilégios no governo federal. O próprio secretário de Relações de Trabalho, Osvaldo Bargas, admitiu que o Ministério do Trabalho contabiliza mais de 6 mil entidades à espera da concessão de registro, além de mil novos pedidos anuais.
Contudo, esse grupo conseguiu seu registro em dois meses, quando muitos fundados legitimamente aguardam por até dez anos. Curiosamente, isso ocorreu logo após a posse de Luiz Marinho no Ministério.

A CUT já demonstrou que apóia a divisão. Seu objetivo é enfraquecer o Sindicato dos Metalúrgicos, pois sabe que ele é hoje referência nacional na defesa dos direitos dos trabalhadores e está na linha de frente para construir a Conlutas.

Impedir o golpe
Além das medidas jurídicas, o Sindicato dos Metalúrgicos está realizando uma ampla campanha para denunciar os pelegos. “Já derrotamos o peleguismo, seja na época da ditadura, seja na década de 90, com a Articulação. Agora, vamos derrotá-los novamente e mostrar que os metalúrgicos querem sua entidade no caminho da luta. Barrar esse ataque é uma tarefa que deve ser assumida por sindicatos de luta de todo o país”, concluiu Mancha.
Post author Jocilene Chagas, de São José dos Campos (SP)
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