A lisura em eleições sindicais cujos sindicatos são dirigidos pela CUT está sendo comprometida por manobras cometidas por dirigentes cutistas que não aceitam perder e não reconhecem a vitória de chapas de oposição, eleitas legitimamente pela base.

Vergonhosamente, há vários casos de eleições disputadas por chapas apoiadas pela CSP-Conlutas em que são fabricadas “fraudes” eleitorais pelos cutistas, segundo denúncias de membros de chapas de oposição.  Essas direções, burocratizadas, com medo de perder o comando de sindicatos, estão anulando eleições, através de comissões eleitorais em que a CUT é maioria, tornando processos que deveriam ser imparciais, em verdadeiras manobras antidemocráticas.  

Isso tem sido recorrente.  Recentemente, em ao menos três sindicatos foram registradas posturas antissindicais, cujas diretorias, em muitos casos, são compostas por cutistas. Segundo denúncias de membros de chapas apoiadas pela CSP-Conlutas, houve manobras nas eleições do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de São Bernardo do Campo (ABC), do Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paulo Souza), e do SISMMAR (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá).

Nas eleições do Sindserv CUT não aceita perder


Membros e apoiadores da Chapa 2

Em São Bernardo do Campo, nas eleições do Sindserv, a Chapa 2, de oposição, que apresentou um programa que se enfrenta com a burocracia sindical e de autonomia dos sindicatos frente ao governo,  também foi atacada.  

Duas chapas disputaram o pleito. A Chapa 1, apoiada pela CUT, e a  Chapa 2, apoiada pela CSP-Conlutas e Intersindical.  

A Chapa 2 foi a vencedora, vitória essa reconhecida pela atual direção, conforme o vídeo que pode ser visto aqui.

No entanto, a comissão eleitoral, composta pela atual direção e indicada por membros da Chapa1, ligados à CUT, anulou a eleição.  

A Chapa 1 pediu vistas do processo eleitoral.  Foi realizada uma reunião com a comissão [composta por cinco pessoas e um representante de cada chapa], e decidiram abrir novamente as urnas, sem consultar o representante da chapa 2, o que é ilegal,”, disse Marcelo Siqueira, presidente da Chapa 2.  

Os trabalhadores elegeram legitimamente a Chapa 2 e essa decisão deve ser respeitada. “Vamos trabalhar para que não haja outra eleição. Se houve alguma fraude, foi a violação de um documento eleitoral”, alertou.  

A Chapa 2 vai acionar a justiça para que esse processo de nulidade da eleição seja revertido. (confira matéria completa sobre aqui). 

Há ainda a denúncia no dia 21 no Diário do Grande ABC, na coluna de Beto Silva – Cenas Políticas, sobre humores de que o prefeito Luiz Marinho (PT) tenha orientado o presidente do Sindserv, Giovani Chagas (PT), a reverter a derrota na eleição da entidade. De acordo com a nota, as declarações de Siqueira, de que sua primeira ação frente à diretoria do Sindserv seria romper relação com a CUT, assustaram o prefeito que já foi, inclusive, dirigente da Central em 2000. (confira a nota completa aqui).

Novas eleições estão convocadas para 26 e 27 de novembro. No entanto, a Chapa 2 já está eleita.

Golpe inviabiliza segundo das eleições no SISMMAR


Nas eleições do SISMMAR de Maringá também houve ataque.  

A eleição aconteceu nos dias 1 e 2 de outubro, e três chapas concorrem ao pleito, sendo as chapas 1 e 3  compostas pela situação e apoiadas pela CUT, e  a Chapa 2 – a única de oposição – apoiada pela CSP-Conlutas.  

A apuração ficou dessa forma: Chapa 1: 808 votos (apoiada pela CUT), Chapa 2: 884 votos (apoiada pela CSP-Conlutas), Chapa 3: 903 votos (apoiada pela CUT).  

O Estatuto da entidade prevê 2º turno quando nenhuma das chapas obtiver mais de 50%. Por isso, as chapas 2 e 3 iriam disputar  o 2º turno.  

A chapa 1 não aceitou o resultado da votação, e como tem maioria na comissão eleitoral, em nome próprio,  anulou as eleições.  

A Chapa 2 segue dando continuidade aos encaminhamentos jurídicos, com o objetivo de manter o 2º turno da eleição, que foi legítima. “É grande a revolta com a manobra oportunista da Chapa 1 que anulou as eleições, que foram legais. Estamos tomando as devidas providências e independente do dia em que a eleição for realizada os servidores darão mais uma vez a resposta nas urnas, rejeitando o golpismo daqueles fazem qualquer coisa para permanecer no sindicato e a qualquer custo”, disse em sua rede social, Paulo Vidigal, candidato à presidência do SISMMAR pela Chapa 2.

Manobra e falta de democracia nas eleições do Sinteps
No Sinteps do Centro Paula Souza, o processo eleitoral se iniciou no dia 7 de setembro. Depois de muito tempo, mais de 20 anos, essa foi a primeira vez em que concorrem duas chapas às eleições. Isso deve ter amedrontado a Chapa 1, da atual direção, ligada à CUT,  que fez de tudo para não garantir que a Chapa 2, apoiada pela nossa central, para inviabilizar a participação no pleito.  

A comissão eleitoral e a Chapa 1, composta por cutistas, não informaram os locais onde estariam as urnas para que os fiscais da Chapa 2 pudessem participar do processo, entre diversos outros ataques. A candidata a presidente da Chapa, Silene Maciel, destacou que “a atual direção está no poder há 21 e quer manter seu posto a qualquer custo, passando por cima da vontade da categoria”. A justiça foi acionada, e uma liminar pode anular a eleição.

É preciso combater
A CSP-Conlutas defende a democracia sindical e repudia qualquer tentativa de golpe, manobra por parte de chapas opositoras que não aceitam perder. Não há paridade, democracia, e o processo está viciado por ações antissindicais por parte de dirigentes que estão no poder há anos.  

Não é possível permitir esse comportamento dos cutistas que leva a judicialização dessas eleições.  Precisamos denunciar essas ações antissindicais e lutar junto aos trabalhadores para combater golpes e manobras dessas direções.  

Temos que exigir da direção da CUT Nacional e demais centrais que revejam essa atitude tão combatida contra a pelegada fascista da ditadura militar. Queremos democracia e respeito à base.