Aconteceu em São Paulo, nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro a primeira reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas do ano. Foi um encontro com a expressiva presença de 194 participantes, representando 47 sindicatos, 31 minorias e oposições, 8 movimentos populares e estudantis, de 13 estados e DF.

A reunião refletiu importantes processos de luta neste início de ano, como a delegação de Anapu, colonos do Projeto de Desenvolvimento Sustentável, que lutam em defesa do trabalho e do meio ambiente e se chocam com os madeireiros e a prefeitura do PT. De Bayeux, na Paraíba, a representação dos servidores públicos que recém se filiaram à CSP-Conlutas e estão em luta contra o governo municipal.

A reunião teve dois temas principais. De um lado, o debate de conjuntura e a preparação da central para a intervenção na realidade do novo governo, e os ataques que já se anunciam contra os direitos dos trabalhadores. De outro, a organização da entidade e a sua intervenção no processo geral de reorganização da classe.
O encontro votou ainda resoluções de apoio às lutas dos trabalhadores em diversos países e à revolução no Egito, além de novas iniciativas de solidariedade aos atingidos pelas enchentes.

Organizar a resistência
A reunião aprovou ainda centrar esforços na organização de duas atividades muito importantes que ocorrem em Brasília nos próximos dias. Quando este jornal estiver chegando às mãos da maioria de nossos leitores, os servidores públicos federais já terão realizado, no dia 16, um ato nacional de lançamento da campanha salarial 2011.
Os servidores públicos são, neste momento, um alvo preferencial de diversos projetos que estão tramitando ou retornando à pauta do Congresso. São iniciativas que reduzem os gastos públicos, limitam e até congelam os reajustes salariais, limitam o direito de greve e abrem brechas para a demissão dos servidores. O governo ameaça ainda descumprir os acordos salariais.

Além desses ataques, o governo vem mantendo uma postura dura na negociação do salário mínimo, mesmo frente às propostas bastante rebaixadas das centrais governistas, e ameaça acelerar a tramitação do projeto que reajusta o mínimo para R$ 545. Dilma vem discutindo novas mudanças, para pior, na Previdência, mantém o fator previdenciário e quer diminuir os tributos pagos pelas empresas.

E recebeu agora uma forcinha da direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que resolveu requentar a velha fórmula da reforma trabalhista lançada pelo governo FHC: a de que os acordos coletivos possam ser negociados sem respeitar os direitos trabalhistas mínimos contidos na CLT e na Constituição.!

No dia 24, vamos a Brasília
A possibilidade de novos ataques motivou a CSP-Conlutas a lançar um chamado, no final do ano passado, a todos os setores dispostos a enfrentar essas medidas. A realidade se encarregou de colocar esses temas em pauta numa rapidez maior do que muitos esperavam.

O primeiro round dessa luta será travado no dia 24, em Brasília. Trata-se de uma primeira atividade, ainda limitada a setores de vanguarda e dirigentes dos movimentos sociais que compõem a CSP-Conlutas, a Cobap, o Fórum Sindical de Trabalhadores, diversas confederações nacionais, os dois setores da Intersindical, dentre outras entidades. Mas não por isso menos importante.

A CSP-Conlutas produziu 100 mil boletins e caravanas estão sendo organizadas, partindo do entorno de Brasília, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Durante a manifestação, vamos denunciar o aumento dos parlamentares e dos altos cargos do governo. Como reivindicação imediata, defenderemos o reajuste no mesmo percentual concedido aos parlamentares, ou seja, 63%.

São ainda eixos da convocatória da manifestação a defesa dos serviços públicos, da aposentadoria, dos direitos trabalhistas, da correção da tabela do Imposto de Renda, além da solidariedade às vítimas das enchentes e a luta contra os despejos e por moradia digna aos trabalhadores.

Post author Sebastião Carlos Pereira Filho (Cacau), da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
Publication Date