Operários mortos pela polícia em Volta Redonda precisam ser lembrados. Barroso, Walmir e Wiliam, presentes!No dia 4 de novembro de 1988, os trabalhadores de Volta Redonda e da região Sul Fluminense, no Rio de Janeiro, decidiram, em assembléia geral, entrar em greve por tempo indeterminado. Dias depois, ocuparam a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), também conhecida como Usina Presidente Vargas. A empresa que, naquele período, ainda era estatal, solicitou na Justiça a reintegração de posse e a intervenção do exército.

No dia 9 de novembro, um forte aparato militar entrou no interior da usina e assassinou três operários, Carlos Augusto Barroso, 19 anos, Walmir Freitas Monteiro, 27 anos e Wiliam Fernandes Leite, 22 anos. Centenas de outros trabalhadores ficaram feridos.

Com esse ato covarde, orquestrado pelo então governo Sarney, os trabalhadores radicalizaram seu movimento e prosseguiram a greve. No dia 22 de novembro, a população indignada interveio, apoiando os metalúrgicos e deu um “abraço” simbólico em toda a área da usina, que mede 12 quilômetros de extensão.

A repercussão desse movimento político ganhou contorno nacional e internacional e forçou o governo a recuar. Os operários arrancaram com sua organização, suor e sangue várias das reivindicações pleiteadas, como a jornada diária de seis horas, reintegração dos demitidos e aumento salarial.

No entanto, para desmoralizar e amedrontar os trabalhadores, o monumento erguido por Oscar Niemeyer em homenagem aos três operários mortos, inaugurado no dia 1º de maio de 1989 no centro da cidade de Volta Redonda, foi implodido durante a madrugada do dia seguinte. Ninguém na ocasião foi preso.

A verdadeira face do dito “Estado democrático de direito”, então em fase de consolidação e ampliação, tão reivindicado pelo reformismo atual, mostrou seus limites e sua face criminosa, não resistindo ao menor abalo da luta de classes.

Essa data jamais deve ser esquecida da memória dos trabalhadores brasileiros.