RIo de Janeiro RJ 14/08/2020 Inauguração da Escola Municipal Cívico-Militar Carioca Presidente da República Jair Bolsonaro,e o prefeito Crivela visitam às dependências da escola.Foto: Marcos Corrêa/PR

PSTU Rio de Janeiro

Nesta terça-feira, 22, quando boa parte da população carioca saía de casa para mais uma jornada de trabalho, Crivella foi acordado pela campainha de sua casa: era a polícia. O prefeito do Rio era investigado no inquérito que ficou conhecido como “QG da Propina”.

O jornal O Globo apresentou um resumo do esquema: Primeiro, o empresário Rafael Alves ajudou Crivella a obter recursos para sua campanha eleitoral do ano de 2016. Uma vez eleito, o prefeito indicou Marcelo Alves, irmão do empresário, para a Riotour (Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro). Depois, mesmo sem ser funcionário da Riotur, Rafael Alves transformou a empresa em um “QG da propina”: cobrava propinas para pagar faturas antigas que a prefeitura devia a fornecedores.

Não é de hoje que Crivella é criminoso

Em plena pandemia, Crivella colocou equipamentos médicos em uma das igrejas que o apoiava. Perseguiu e atacou os trabalhadores da saúde, demitiu e atrasou seus salários. Marcelo Crivella é um sobrevivente da política: esteve no governo do PT, no qual foi ministro, e agora está nos braços de Bolsonaro.

Crivella utilizou e utiliza a religião e a fé para fins eleitoreiros, é LGBTfóbico assumido e defende privilégios para aqueles que supostamente o apoiam (como ficou evidenciado no famoso caso “fala com a Márcia”, em 2019). Apenas para citar mais um de seus absurdos, diante de um dos piores temporais que ocorreu no Rio, Crivella disse que era apenas “uma chuvinha”, mostrando completo descaso com a população nas enchentes e nos alagamentos.

Sai Crivella, entra outro investigado por corrupção: Eduardo Paes (Democratas)

O sistema judiciário não está preocupado em defender os trabalhadores e o seu funcionamento está a serviço dos mais ricos e corruptos. A prisão de Crivella, embora ilustre um pouco o tamanho da crise do Rio de Janeiro, sequer faz cócegas nos grandes esquemas de corrupção que estão instalados no estado do Rio e no Brasil.

Prova disso é que Eduardo Paes concorreu às eleições e irá assumir a prefeitura da capital carioca no dia 1º de janeiro de 2021. É o mesmo Paes que é identificado como “nervosinho” nas planilhas de recebimento de propina da Odebrecht (Operação Lava Jato). A lista de crimes do prefeito eleito é extensa: ele é acusado de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Nenhuma confiança nos grandes empresários e em seus políticos corruptos! Somente a classe trabalhadora organizada pode combater a corrupção

Toda eleição é a mesma coisa: candidatos esbravejam sobre “honestidade” e, em seguida, são protagonistas de escândalos de corrupção. Isso quando não perdem toda a vergonha e fazem uma campanha eleitoral já sendo notórios corruptos, como foi o caso de Crivella e de Paes. Há algo que une a prisão de Marcelo Crivella e as investigações a Eduardo Paes: em ambos os casos existem relações estreitas com setores do grande empresariado. O caso de Crivella está ligado a Rafael Alves, da Construtora Nascente R7; o caso de Eduardo Paes está ligado à empreiteira Odebrecht.

No capitalismo, toda riqueza vem da exploração daqueles que trabalham. Para atacar nossa classe, os mais ricos estão unidos; no entanto, na competição entre eles, valem os mais variados tipos de jogos sujos. Por isso, políticos como Crivella e Paes já entram nesse meio a serviço de beneficiar os grandes empresários às custas da população trabalhadora.

Por isso, defendemos a prisão de todos os corruptos e corruptores (ou seja, aqueles empresários que ajudam a fomentar e se beneficiam dos esquemas de corrupção), também defendemos o confisco dos bens de todos eles. Entendemos que, para realizar todas as prisões de corruptos necessárias e acabar com os esquemas de corrupção, é preciso que a cidade e o estado do Rio, assim como o Brasil e o mundo, sejam governados pela classe trabalhadora organizada em conselhos populares.