Há um ano, a crise econômica vem provocando fechamento das grandes fábricas têxteis em Sergipe. A falência tem levado ao desemprego em massa. De janeiro de 2008 a janeiro de 2009, foram mais de mil demissões.

A primeira a fechar as portas foi a Santista Têxtil S.A., em janeiro de 2008, anunciando falência e demitindo 420 trabalhadores em Aracaju. A empresa recebia isenção fiscal do governo do Estado. O sindicato dirigido pela CUT não deu resposta à situação dos trabalhadores. O governador Marcelo Deda (PT) também não fez nada para resolver a situação dos operários.

A empresa colocou a queda na exportação como motivo do fechamento da fábrica, afirmando que estava exportando somente 10% da produção e que, em 2003, a unidade exportava 50%.

O fechamento da Santista Têxtil S.A. foi o primeiro de uma seqüência. Outra grande fábrica a fechar as portas foi a Fábrica Ribeiro Alves, conhecida como Fábrica Confiança. Em janeiro desse ano, decretou falência e demitiu 430 operários.

Desde novembro do ano passado, os trabalhadores não recebem nada. Nenhum direito trabalhista foi pago até o momento. Os operários realizaram uma forte greve, mas o sindicato cutista não seguiu adiante na mobilização. A dívida da empresa é de R$ 36 milhões.

Outra grande empresa que está caminhando para a falência é a Grippon. A fábrica tinha em seu quadro funcional 800 trabalhadores. Hoje, são menos de um terço disso. Boa parte do maquinário está velha e sem utilidade.

A fábrica de calçados Azaléia comunicou na terça-feira, 10, que 1.500 trabalhadores entraram em férias coletivas por 20 dias.

Estatização das fábricas para garantir empregos
O sindicato da categoria não tem feito nada diante desse cenário. Os trabalhadores reagiram às demissões, mas em todas elas, o sindicato desviou a luta para não se enfrentar com os patrões e com o governo do estado que tem investido dinheiro público nessas empresas que estão demitindo.

Os operários da Fábrica Confiança realizaram uma grande greve, mas o sindicato recuou. A ocupação da fábrica sequer foi mencionada pelo sindicato, muito menos a exigência da estatização para garantir o emprego e os direitos trabalhistas. A maioria das demissões tem sido seguida pelo não-pagamento de nenhum dos direitos trabalhistas. Os operários da Fábrica Confiança vivem essa situação desde novembro do ano passado.

O governador Marcelo Déda poderia garantir o emprego e os direitos dos trabalhadores com a estatização das fábricas que decretam falência e não pagam os salários e os direitos dos trabalhadores. Mas a política do governo é oposta. Está investindo dinheiro do banco do estado, o Banese, e propõe construir trinta galpões industriais para funcionamento de fabriquetas.

Com um governo assim e com o sindicato que tem, os trabalhadores do ramo têxtil estão caminhando para o fim daquele que já foi o maior setor econômico do estado de Sergipe. É preciso construir uma alternativa urgente que resista à crise e impeça as demissões.