Redação

Começou a leva de divulgação do resultado que os bancos tiveram no país em 2017. Se não é novidade nenhuma que continuam a lucrar bilhões num cenário de desemprego em massa, precarização do trabalho, aumento das tarifas (gás, energia, transporte público) e caos nos serviços públicos, impressiona as cifras que essas instituições financeiras ganharam.

O Santander, maior banco estrangeiro no país, teve um lucro total de R$ 25,8 bilhões, um aumento de 42% em relação ao ano anterior. Esse resultado representou nada menos que 26% dos lucros do banco no mundo todo. Para se ter uma ideia, o segundo país mais lucrativo para o banco espanhol foi o Reino Unido, com R$ 5,8 bilhões, ou 16% dos lucros.

O chamado “lucro recorrente”, que desconsidera despesas ou receitas excepcionais em determinado período e se aproxima mais ao resultado que terá no futuro, foi de R$ 9,9 bilhões. O resultado que o banco classifica como o “melhor de sua história” vieram de serviços e tarifas bancárias, principalmente do cartão de crédito.

Outro banco que comemora crescimento nesses tempos de crise foi o Itaú Unibanco, que divulgou seus resultados nesse dia 5. O maior banco privado do país teve lucro líquido de R$ 24,8 bilhões, crescimento de 11,1% em relação ao ano anterior. O maior lucro de um banco privado no Brasil. Também impulsionado por serviços. O resultado teve ajuda ainda da compra do Citibank, num aprofundamento da concentração bancária no país.

Logo atrás vem o Bradesco, com um lucro líquido de “apenas” R$ 19 bilhões. Um aumento de 11,1%. Ao todo, os lucros dos bancos devem ficar em torno de 20% em 2017. Nesse mesmo período, houve um aumento de 1,47 milhão no número de desempregados no país. Para 2018, espera-se a continuidade desses resultados, apesar da tão propalada redução das taxas de juros.

O lucro deles é a nossa miséria
Os bancos têm lucros recordes enquanto os trabalhadores amargam desemprego e queda da renda pois lucram exatamente com a pobreza da população. Taxas de juros escorchantes que ultrapassam os 400% no caso do cartão de crédito, além de taxas extorsivas fazem parte do arsenal dos banqueiros para ganharem em cima do povo. Com a reforma da Previdência, esperam lucrar ainda em cima dos planos de Previdência privada.

Enquanto isso, esses mesmos bancos exploram ainda mais seus trabalhadores, fechando agências como o caso do Itaú, ou abrindo mais e mantendo o mesmo número de funcionários, como o Santander. Os bancários, por sua vez, sofrem cada vez mais com o assédio moral e jornadas extenuantes, o que faz com que a categoria seja uma das mais atingidas por doenças psicológicas frutos da pressão permanente no trabalho.

A política econômica do governo, assim como ocorreu nos anos do governo do PT, é responsável pelos sucessivos lucros recordes dos bancos, ao mesmo tempo em que o povo vive às portas de uma possível epidemia de febre amarela, uma doença do século passado. Lucram quando a economia cresce, e lucram ainda mais quando tem recessão. Isso para não falar dos grandes banqueiros e agiotas internacionais, que enchem seus bolsos com os títulos da dívida pública.