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Durante o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1950), houve um intenso debate sobre a exploração do petróleo em terras brasileiras. De um lado, estavam os setores chamados entreguistas, apoiados por Dutra e com forte representação na grande imprensa e nas organizações patronais que defendiam a total abertura do país ao capital estrangeiro. Esses setores argumentavam que o país não tinha dinheiro e nem tecnologia para a exploração de petróleo. Defendendo o oposto, estavam os setores nacionalistas e da esquerda da época, que defendiam o monopólio estatal do petróleo e a criação da tecnologia necessária para tal, através de investimentos do Estado. Em meio a esse debate, grandes mobilizações de massa tomaram conta do país. Milhares de pessoas foram às ruas com o lema: “O petróleo é nosso” para exigir a implementação do monopólio estatal no setor. Em 1953, durante o governo de Getúlio Vargas, foi criada a Petrobras, garantindo o monopólio da extração de petróleo no Brasil.

A Petrobras tornou-se uma das maiores empresas do setor, criando um corpo técnico capacitado e desenvolvendo pesquisas científicas para a indústria nacional. Hoje, o Brasil detém a mais avançada tecnologia do mundo na extração de petróleo em águas profundas, o que, por si só, já desmente a ideologia tão difundida da “ineficiência das estatais”.

No ano 1997, além de ter aprovado a quebra do monopólio estatal, FHC reduziu drasticamente os investimentos e colocou em marcha um plano de desmonte da empresa. Dos 5 mil fornecedores criados pela empresa, 4.995 desapareceram depois de FHC ter aprovado a incorporação das fornecedoras multinacionais. O sucateamento da Petrobras também causou grandes tragédias como o afundamento da plataforma P-36 e desastres ambientais, como os vazamentos de óleo no Paraná, em 2000, e na baía de Guanabara, em 2001.

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