Trabalhadores não tiveram melhorias na renda ou nas suas condições de vidaAté o final do ano, a economia fechará com um crescimento em torno de 5%, alavancado, principalmente, pelo ciclo de crescimento econômico mundial, puxado pela economia norte-americana. Contudo, é bastante incerto se esse respiro da maior economia do planeta poderá se manter em 2005. No mundo inteiro são registrados índices de crescimento econômico, inclusive em países governados pela ultra-direita, como a Itália, de Silvio Berlusconi, ou em países governados pela social-democracia, como a Espanha e o Brasil. Lula se aproveita da situação para montar uma farsa e atribuir esse crescimento aos “acertos” da política econômica neoliberal de Palocci.

Com uma crise na economia dos EUA, o mundo e, em particular, a América Latina terão suas economias arrastadas para o fundo do poço.

O crescimento da economia brasileira é parte de mais um ciclo de crescimento neoliberal que não vai representar nenhuma melhoria nas condições de vida da classe trabalhadora e nem diminuir o arrocho salarial e os enormes índices de desemprego. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), mais 1,7 milhão de pessoas se encontram desempregadas na região metropolitana de São Paulo, o que significa 17% da população. A queda do desemprego é insignificante e não chega a compensar o número de pessoas que chegam ao mercado de trabalho.

Além disso, os trabalhadores continuaram amargando o arrocho e tiveram de engolir o salário mínimo de fome imposto por Lula de R$ 260. Até a ultra-governista CUT, pressionada pela base, está dizendo que os trabalhadores não agüentam mais o arrocho. No entanto, como boa central dócil ao governo, reivindica um salário mínimo e miserável de R$ 320 para 2005. Explicitamente insuficiente para tirar os trabalhadores do arrocho.

Rolou a festa…

Ao mesmo tempo em que o governo e a mídia festejavam os números da economia divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – registrando um crescimento de 5,3% do PIB até setembro –, o instituto também divulgava os dados sobre quem realmente se beneficiava com o crescimento. De acordo com o IBGE, a participação dos trabalhadores em tudo o que é produzido retrocedeu. No crítico ano de 2002, os trabalhadores ficaram com 17,4% do PIB, mas no ano passado o índice retrocedeu para 16,9%, enquanto os empresários aumentaram sua apropriação do PIB de 41,9%, em 2002, para 43%, em 2003.

Em 2004, os empresários, os latifundiários e os banqueiros registraram lucros recordes, aumentando ainda mais a concentração da renda. O setor da burguesia que mais lucrou foi o dos banqueiros. De acordo com o Financial Times, os 50 maiores bancos do país lucraram R$ 1,2 trilhão neste ano. O agronegócio também atingiu lucros recordes beneficiado pelo aumento das exportações.

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