A postura da CUT e da UNE, entre outras entidades, não contém as manifestações exigindo Fora Sarney. A indignação crescente diante de todos os absurdos revelados diariamente no Senado está levando cada vez mais as pessoas às ruas.

Na jornada de lutas do dia 14, a Conlutas levou o Fora Sarney à jornada de mobilizações, atraindo a simpatia de milhares de trabalhadores e da população. Apesar da política das entidades do governo, a denúncia de Sarney ficou marcada nesse dia.

Em todo o país, pipocam atos exigindo a saída do presidente do Senado, com os estudantes à frente. No dia 15, foram realizadas diversas manifestações pelo país, convocadas espontaneamente pela Internet, via Orkut e Twitter.

Em Brasília, o Senado se viu obrigado a fechar suas portas para o público, a fim de evitar as manifestações quase diárias que vinham ocorrendo dentro da Casa. Como desculpa, alegou que a medida se tratava de prevenção contra a gripe suína. Os atos, como o realizado pela Conlutas, invariavelmente terminavam com as pancadarias da Polícia Legislativa.

Nosso lado não é o de Sarney
Para defender o presidente do Senado, entidades como a CUT, a UNE e a CTB (central ligada ao PCdoB) afirmam que atacá-lo seria o mesmo que entregar a presidência do Senado ao PSDB.

Tal polêmica se expressou no dia 14. No ato em São Paulo, o presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulinho Pereira, respondeu ao discurso da Conlutas afirmando que era preciso “tomar cuidado com o que se falava, pois no ano que vem acontecem as eleições”. Para ele, o essencial é impedir a vitória de José Serra.

Já Wagner Gomes, da CTB, afirmou que em 2010 vai haver dois lados, um dos trabalhadores e outro do neoliberalismo. Esse é o argumento para a defesa de Sarney. Ele estaria, nessa lógica, ao lado de Lula e, consequentemente, no campo dos trabalhadores.

“A Conlutas tem lado e não é o lado do Sarney, nem dos corruptos do Senado”, afirmou Luiz Carlos Prates, o Mancha, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) e da Secretaria Nacional Executiva da Conlutas. Para ele, nem Lula nem Sarney estão ao lado dos trabalhadores. “O lado deles é o lado dos patrões”, afirmou.

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