Trabalhadores fazem greves e paralisações, enfrentando acordos rebaixados e direções sindicais governistasNas últimas semanas, vimos o crescimento de greves de importantes categorias, como metalúrgicos de São Paulo e do Paraná, trabalhadores dos Correios de todo o país e da construção civil de Belém, que estão em campanhas salariais. Nesta semana, podemos ter o início da greve dos bancários.

Mais do que nunca, é necessário apostar no fortalecimento e na unificação desses processos de mobilização. A luta na GM de São José dos Campos, assim como as greves e paralisações dos metalúrgicos de São Paulo e Paraná, a rebelião de base na GM de São Caetano do Sul e a heroica greve nacional dos Correios já demonstram que é possível ampliar as mobilizações e construir greves que arranquem reajustes maiores do que vem sendo oferecido inicialmente pelos governos e patrões.

Também é preciso unificar essas campanhas salariais, como está propondo a Conlutas. Em cada estado e região, é necessário construir plenárias e comandos das categorias em luta, que planejem suas ações unificadamente. A Conlutas segue chamando as demais centrais sindicais a preparar um dia nacional de paralisação das categorias em luta e em campanhas salariais.

DERROTAR A POLÍTICA DAS DIREÇÕES GOVERNISTAS
Porém, para isso, será necessário derrotar a política das direções sindicais governistas, especialmente as ligadas à CUT, à Força Sindical e à CTB, que querem impedir a ampliação e a unificação das lutas, para preservar o governo Lula e seus acordos com os patrões.

Foi a política da CUT em São Paulo, ao fechar um acordo salarial rebaixado nas montadoras, impedindo uma greve geral dos metalúrgicos do estado, que poderia se expandir para outras regiões do país, dando um exemplo ao conjunto da classe trabalhadora.

É o bloco entre a Articulação (CUT) e o PCdoB (CTB) que quer derrotar a heroica greve nacional dos trabalhadores dos Correios, impondo desde o comando nacional um acordo salarial muito abaixo das possibilidades deste movimento. O acordo valeria ainda por dois anos, vendendo a campanha salarial da categoria no ano que vem. A negociação de dois anos evita que a campanha salarial coincida com a campanha presidencial de 2010, priorizando o apoio a Dilma Rousseff.

Para essas direções sindicais, fazemos um chamado: rompam com o governo Lula e sua parceria com os patrões e retomem o caminho da luta. Vamos construir, conjuntamente, um dia nacional de paralisação das categorias em luta, para conquistar reajustes acima da inflação e defender os direitos dos trabalhadores.

E, para que haja democracia e unidade em cada luta, propomos a construção em todas as categorias de comandos de greve com a participação dos trabalhadores da base, e que todas as decisões importantes sobre as paralisações e acordos sejam realizadas em assembleias amplas e democráticas, com direito a que todas as posições sejam ouvidas.

LULA ATACA AS GREVES E PROTEGE OS PATRÕES
Infelizmente, o presidente deu mais uma demonstração de que mudou de lado, ao chamar os dirigentes da greve de Correios de covardes, pelo fato de a categoria ter rejeitado um acordo salarial rebaixado e por dois anos. Lula disse que os sindicalistas precisavam ter “coragem para acabar com a greve”.

Mas, na verdade, o governo Lula é que é covarde quando não usa sua maioria no Congresso nos seus sete anos de governo para acabar com o fator previdenciário, reduzir a jornada de trabalho sem redução de salários, revogar a lei de FHC que quebrou o monopólio do petróleo brasileiro, garantir um reajuste digno aos aposentados, dar a estabilidade no emprego que poderia ter evitado mais de 1 milhão de novos demitidos no primeiro semestre deste ano. Lula é covarde, ainda, ao não cumprir a promessa de ampliar a reforma agrária, entre outras reivindicações.

A covardia não está nos trabalhadores dos Correios, mas sim neste governo que não enfrenta a burguesia e protege os patrões, como vimos nas isenções fiscais e desvio de recursos públicos para salvar os grandes empresários.

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