Israel está promovendo um novo massacre nos territórios palestinos. Nas últimas semanas, as forças armadas do Estado sionista realizaram dezenas de bombardeios e “assassinatos seletivos”, cujos alvos são principalmente os dirigentes do Hamas, partido islâmico que detém a maioria das cadeiras no parlamento palestino.
O número de vítimas mostra a desproporção da força militar utilizada por Israel.

Até agora, o conflito com as forças militares israelenses causou 50 mortes – 49 de palestinos e apenas uma vítima é israelense. Enquanto os palestinos se defendem com precárias armas e foguetes, Israel ataca com seus poderosos helicópteros e caças F-16, fornecidos pelos Estados Unidos. O resultado não poderia ser outro: do lado palestino há um verdadeiro massacre de civis inocentes. Ao contrário das manipulações da grande imprensa, é a população de Gaza que está sofrendo com o terror sionista.

Na Cisjordânia forças israelenses também prenderam 33 dirigentes do Hamas. Entre os detidos está o ministro da Educação, Naser al Shaer, além de três deputados e três prefeitos.

No início dos ataques, Israel admitiu a possibilidade de assassinar líderes do Hamas, entre eles o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh. Recentemente, em um dos ataques israelenses, um míssil caiu próximo à casa do premiê palestino.

Sair da crise
Sem dúvida alguma, a atual incursão militar sionista tem muito a ver com a crise por que passa o governo israelense. Essa crise começou com o fracasso da investida sionista sobre o sul do Líbano, em 2006.

No início de maio, cerca de 100 mil pessoas protestaram na capital de Israel, Tel Aviv, pedindo a saída do primeiro-ministro Ehud Olmert. Recentemente, o premiê sobreviveu por apenas três votos a uma moção parlamentar pedindo sua renúncia.
Os pedidos de renúncia foram feitos após a divulgação de parte de um relatório da Winograd Commission, que investigava as causas da derrota sofrida por Israel durante a invasão do Líbano. No entanto, a comissão não dirigiu seu foco para os crimes de guerra das forças sionistas, mas sim para a situação de Israel ter falhado em atingir seu objetivo de eliminar o Hizbollah. A derrota militar de Israel golpeou profundamente a imagem de invencibilidade de seu exército, algo intolerável para os sionistas.

Do mesmo modo, a maioria das forças anti-Olmert não está questionando a legitimidade da invasão promovida por Israel. O que elas lamentam é o fracasso da operação para liquidar a resistência do Hizbollah.

A brutal guerra de Israel contra o Líbano matou mais de mil pessoas – a imensa maioria civis –, destruindo a infra-estrutura do país.

Aliados sionistas
Os desproporcionais ataques ao Hamas e as ameaças de assassinato do primeiro-ministro palestino se constituem também em uma ativa intervenção israelense nos conflitos armados entre o Hamas e a Al Fatah, de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Depois da duvidosa morte de Yasser Arafat, Israel tenta construir uma direção palestina serviçal aos seus interesses. Por isso, procura fortalecer Abbas na disputa pelo controle do governo com o Hamas.

Abbas é o principal representante de uma burguesia corrupta e entreguista, que deseja voltar a controlar sozinha as instituições da ANP para embolsar a ajuda financeira da Europa, dos EUA e dos países árabes. Essa burguesia abandonou qualquer pretensão de independência e hoje serve aos interesses do imperialismo e de Israel. O Hamas, por sua vez, facilita o jogo de Israel e de Abbas, quando em muitas ocasiões se propõe a negociar com os sionistas e diz que poderá retirar do seu programa a exigência do fim do Estado de Israel, enclave imperialista na região.

Derrotar apartheid sionista
Não haverá paz enquanto o povo palestino não vencer o Estado racista de Israel e seus aliados como a direção traidora da ANP. Israel define-se como um Estado judeu, relegando os palestinos a uma condição de cidadãos de segunda classe.
A luta é o único caminho para a conquista da autodeterminação palestina. O Estado sionista já tentou essa “fuga para frente”, atacando os povos árabes como na guerra do Líbano. Mas foi derrotado.

A derrota sionista poderá se repetir através de uma luta implacável dos palestinos pela destruição definitiva do Estado de Israel e a construção de uma Palestina laica, democrática e não-racista.

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